terça-feira, 13 de abril de 2010

NÃO ACUSES!


Nunca fujo de ti,
Apenas fujo de mim.

Eu sou a mais difícil,
Aquela a quem ninguém entende
E não sofre com esse desentender.

Ama-me como sou,
A não aceitar o comum
Como se fosse meu,
Pois não é meu!

Deixa-me ser como sou,
Não me aperceber da maldade
E continuar a viver,
Como se tudo fosse verdade.

Deixa-me ser feliz
Como gosto,
Amar-te em apoteose
E deixar-te a olhar
Minha sombra
Quando me afasto.

Não te lamentes
Não acuses,
Somos Deuses!

Maria Luísa

quarta-feira, 7 de abril de 2010

APENAS...OLHEI!


Olhei
E não te reconheci
E tanto te amei
Num amor sensual,
Ocasional,
Ardente...

Em mim, havia amor,
Eu era
Fogo e terra
Nesse amor,

Mas tu...
Não tinhas aquele amor

Que ressalta
Que prende
Que ressuscita
E torna a noite
Em dia
E não deixa descansar...

Em ti não existia amor!

Apena o sentir
De um encanto
Feroz e agreste
E depois o acalmar
E retornar sempre,
Até um dia
Não voltar...

Passou...
Nada ficou
E no fundo de mim mesma,
Bem no fundo,
Reconheci
Que não te tinha amado,
Apenas desejado!

Em ti não havia amor
Em mim,
Não sei que se passou
Nada ficou
Nada deixou!
E quando te vi
Não te reconheci!

Esqueci!...

Maria Luísa

segunda-feira, 5 de abril de 2010

NINGUÉM


Se não és de ninguém,
Podes ser tudo quanto queres
Mesmo aquilo que não és.

Se não és de ninguém,
Te podes transformar em Alguém
Numa página solta de meus versos.

Se não és de ninguém,
Podes ser aquela nuvem além
A lembrar a Alma de alguém.

Se não és de ninguém,
Podes ser o Vento
Ninfas e flores.

Se não és de ninguém,
Constroi teu mundo
E sê Alguém.

Se não és de ninguém,
Leva a rosa
Que deixei em meu corpo

E não temos despedidas!

Maria luísa

terça-feira, 30 de março de 2010

Não Sei!...


Não sei o que sou
Não sei quem sou
Não sei onde estou
...E para onde vou
Não sei! Confesso!

Queres-me mesmo assim
Amamo-nos como sempre
Não repudias este não saber
De nada...Nem de Ti?
E o amanhã?

Sorri...
Para que o mundo seja mais gentil
Por ti e por mim.

Aceitas esta forma subtil e árdua
de Amar,
Própria de mim
Tão a meu jeito?

Aceitas?

Então...És meu!

Meu Amigo, meu Marido, meu Amante!

Não te quero longe...
Nunca!

Maria Luísa O. M. Adães

segunda-feira, 22 de março de 2010

NEM SEMPRE


Nem sempre se fala de amor,
Nem sempre se fala de nostalgia,
Nem sempre se fala o que se pensa,
Nem sempre se fala o que se sente,
Nem sempre se vive de euforia!

Nem sempre!

Apenas tu existes
No meu dizer de poeta,
Apenas tu me chamas de poeta,
Apenas tu...e ninguém mais!

Nem sempre existo!

E vivo no encontro e desencontro
Do que sou,
Vivo da minha ilusão,
Vivo da minha insensatez
E da minha lealdade

Que ninguém sabe
Que ninguém vê
Que ninguém sente
Ou pressente,
Neste meu dizer...

Nem sempre!

Tentem lembrar este meu canto,
Tentem apreciar
E não esquecer
O que não vê
O que não sente.

Nem sempre, assim é!

A solidão e a luz da noite,
Cobrem com seu manto
Os céus e as estrelas
De quebranto...

Nem sempre!

Apenas eu fico,
Apenas eu espero,
Apenas eu suplico,
talvez por ser poeta
Esquecido!

Nem sempre, eu sou!

Mas fico sempre esperando
Até àquele dia,
Perto ou distante,
Onde te possa encontrar
Beijar e amar
Sem parar,
Como se o meu mundo
Fosse morrer,
Naquele instante.

Nem sempre sinto,
Nem sempre!

E eu morro,
No desejo
Do meu Canto.

Nem sempre, eu morro!

Tudo o resto
É poeira
E ar.

Mas nem sempre
Eu reparo,
Naquele instante.

Tento olvidar,
O meu dizer
De poeta
Por algum tempo,

O Teu tempo...
E esquecer!

Maria Luísa O. M. Adães

segunda-feira, 15 de março de 2010

FONTE




Ela amava a solidão
Depois de esgotar o amor
E a Fonte desse amor.

Recolhia-se ao lugar escolhido,
Na colina silenciosa
E a água
Corria temerosa.

Orava nessa solidão,
Num silêncio que se renova
E retorna consumado, nessa prova.

E brotavam dessas águas,
Dessa Fonte que falava
O amor esperado e encontrado.

Longe da multidão,
O som alegre titubeante
De quem não estava.

E a calma silenciosa,
Da solidão vivida a dois
Como se fossem um só.

Os envolvia nessa tarde sinuosa,
Onde se cantava ao longe
E ali se amava no final do dia.

E a sombra descia,
E os encantava
Em novos jogos de amor.

E a água da Fonte escondia,
Os outros sons que se ouvia
E o grito rouco que gemia.

E jogavam como sombras,
Num mundo de magia
Num términus de nostalgia.

-Que belo final do dia,
Tu me deste meu amor
E eu te dei tudo, como sabia...

E tu gostas deste amor,
Desta fonte de água fria
A gotejar bolhas fugidias.

A aparecer,
A acabar,
A cintilar,
A esmorecer

No Final
De um Novo Dia!

Maria Luísa O. M. Adães


sábado, 13 de março de 2010

NÃO FUJAS


Não fujas de ti
Não fujas de mim.

Sou melodia
Como cascata,
Desbravando o rio.

Não fujas de ti
Não fujas de mim.

Formas um lago
Cisnes dançam,
Ao som de teu flautim.

E no teu tocar de magia,
Transformas o horizonte
Da loucura da Poesia.

Maria Luísa O. M. Adães

terça-feira, 9 de março de 2010

MULHERES


Depois de muitos anos
De submissão e de medo,
A mulher se levanta
De forma bem lenta...

Olha em frente,
Procura seu desejo
De ser Gente.

Quem ouve
Quem pede por ela
Quem escuta seu canto
De labirintos se movendo?

Mulher, procuras renascer
Do sofrimento
Do tormento de teu viver.
Abandonada,
Vendida,
Escondida nas estradas,
Espoliada,
Banida,

Mãe de um mundo absurdo!

Para ti
Há noite? Vozes? Portas a abrir?

Que dizes
Mulher esquecida?

O Tempo é teu
Este é teu momento,
Eu falo de ti
Me conta que sentes?

Te enalteço
Mulher,
Mãe do mundo.

Nada mais é preciso
A tão terna Grandeza.

Tu és o Universo!

Maria Luísa O. M. Adães

domingo, 7 de março de 2010

HARMONIA


Falemos de Harmonia!
Pergunto a mim própria
Como aplicá-la
À minha forma de viver
A tudo quanto me rodeia.

E não sei, como o fazer.

Não encontro a árvore
Da Harmonia
Nos jardins,
Nos campos à minha volta
E não vejo a semente viva,
Dessa árvore.

Procuro dentro de mim,
No meu sentir,
Em tudo quanto sou,
Mas estou perdida
No caminho.

Não soube ler,

O Teu mapa
A Tua escrita
A Tua palavra.

Caíu a noite...

Os sentimentos fugiram
Amedrontados,
As estrelas esconderam-se,
As nuvens levaram a beleza

E fiquei sem encontrar,
A árvore
Que tanta falta faz,

Ao Amor de cada dia.


do livro "Não Sei de Ti"
de Maria Luísa Maldonado Adães

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Dissertação






Imagem Internet / Génesis



O mal matou o bem
Por inveja do bem
E Deus castigou
Num deambular eterno
Numa viagem pelo Tempo
Numa viagem sem Tempo,
Passado
Presente
Futuro.

Se diz que o mal não foi
E não é o mal,
Mas se transformou no mal
Por culpa de Deus.

Há sempre uma desculpa
Para tudo
E o mal procurou
E encontrou essa desculpa.

Desconheço a origem do mal,
Mas sei que ele existe
E vive dentro de cada um,
Isso sei!

Os tempos mudam,
As causas e efeitos
Desses tempos
Mudam.

E o acontecer
Pode ser contado,
Como se visiona
E não corresponder
À Verdade.

Muitos acreditam no mal
E o louvam,
Queimam incenso
À sua volta
E o adoram,
Ele é o mal!

Outros não sei,
Ninguém me conta dos outros…
Ninguém escreve do bem
E o culpam do mal
Acontecido ao mal.

Só o mal tem desculpa
Da culpa!

E as fontes de longe,
O restar dos sonhos,
O caír das folhas,
Tudo me assombra.

Só nuvens escurecem
Meu sentir e meu pranto,
Só nuvens envolvem
Meu tempo,
Lágrimas derramadas
A cada instante,
Num estado latente.

Para mim, o mal
É silêncio e dor
De multidões abandonadas
Pelas culpas,
De quem governa o Mundo.

Não contesto nada,
Mas não aplaudo
A peça representada.

O mal matou o bem
Deus é culpado…
Eu não digo,
Mas diz a história!

E ao perdermos
Deus,
Onde está a Glória?

Maria Luísa O. M. Adães
22 Nov. 09

Análise baseada no Livro CAIM
de J. Saramago

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

SER POETA








Ser Poeta,
É subir
Planar
Voar
Esquecer
Lembrar.

Ser poeta,

É acolher todos
Quantos amam
Sua poesia
E agradecer.

Ser poeta,

É um dom adquirido
Quando nasce
E a leva consigo
Quando morre.

Ser poeta,

É voar às Estrelas
Trazer uma delas
E com ela,
Abrilhantar o mundo
E dar amizade
Utopia, amor
Magia, esplendor
Alegria
E tristeza também.

Ser poeta,

É ser árvore,
É ser estrada,
É ser sonho,
É ser Tudo,
É ser Nada.

Ser poeta,

É ser amor,
É subir escadas,
É cantar aos deserdados
Aos abandonados

É ser esquecido
Vilipendiado
Espezinhado,
Mal entendido.

Ser poeta,

É ser humilde,
É ser mais Alto
É dar os sonhos
Que volteiam
À sua volta.

E aguardar
Que Deus o mande
Ajoelhar um dia...

Para o abençoar.

Ser poeta,
É ser o Tudo
E o Nada.

E não saber
Não lembrar,
Sonhar e esquecer
O Sonho.

Somos todos de Cristal ao Vento!...

Maria Luísa O. M. Adães

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

TÃO LONGE...


Tão longe o Oceano,
Eu plano nas nuvens
Muito ao alto.

Visiono o encontro,
Onde comecei a cantar
Em noites de luar.

E me encontro
E te encontro
E te amo
E me amas,
Como eu gosto
De amar.

Desço das nuvens,
Encontro o Mar e a Terra...

Este é o meu mundo,
Este és tu, meu amor!

Que saudade imensa
Do Tempo a passar.

Levo-te as rosas,
Escondidas em meu peito.

Aqui deixo minha Voz!

Maria Luísa O. M. Adães

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Ele é Amor


A minha Alma de Poeta
Predomina,
Apesar de todas as dores.

Mas agradeço o auxílio
Àquele a quem amo,
Acima do Nada e do Tudo
Num único Poema de Amor.

Ele é o Amor,
Não apenas o símbolo,
Mas o Amor Real
Difícil de definir
Impossível de julgar.

E quem julga?

Apenas a ignorância
Julga e difama!

M. Luísa O. M. Adães

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

VERDADE


Fechas os olhos
E sentes

E é como se fosse verdade

E mais:

Saudade de momentos sonhados
Ainda não concretizados.

Esses são aqueles momentos
Que não passam, não esquecem,
Pertencem à Eternidade.

Maria Luísa O. M. Adães

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

QUANTAS VEZES


Quantas vezes me dizes
Quantas vezes me falas
E eu escuto, meu amor?

Ao longe a colina
O lago em baixo
Flores exóticas
Como eu, meu amor.

Como podes saber
Se te amo,
Como podes acreditar
Neste amor?

Não por mim o vais saber
Mas por ti.

Estou indiferente,
A indiferença mata o amor,
Mas te posso dar
O que desejas de mim
E depois caminhar
Sem me lembrar de ti.

Isso pode acontecer!

Se ficas feliz
Eu dou,
Mas nada ficou
Do que se passou...

Terminou!

Maria Luísa O. M. Adães
Dezº. 09

sábado, 5 de dezembro de 2009

SONHOS


No teu sonho
Vagueaste no mundo
E não encontraste a luz,
Te perdeste!

A luz plasmada
No plano etéreo
É um plano de Paz
E amor verdadeiro.

Traçado, pintado por mim
Nada é real, definido.

A luta travada
Num mundo de nada
Continuou plantada,
Dominou!

Eu estava lá, aguardando por ti,
Não procuraste
Fugiste de mim.

Mas as luzes não retrocederam,
Continuaram a marcar
Sua presença
E me acompanharam,
Só a mim.

Tu fugiste,
Não deves fugir
Aceita com amor
A tua luta
E vais sobreviver!

Doutro modo, és destroçado!

Maria Luísa Adães

sábado, 28 de novembro de 2009

PACTO


Fazemos um pacto:

Tu caminhas comigo
Neste campo minado,
Eu caminho contigo
E nos amparamos
Na escolha de lugares
Por onde passamos.

E talvez juntos,
Possamos limpar
Os campos minados
E criar os Prados.

Caminhar nesses prados,
Escrever nossos sonhos
De mudança
Nas mentes
De quem pensa.

E tornarmos estes campos
menos densos,
Mais palpitantes
De luz
E estrelas cadentes,
Descendo, descendo...
E amor constante.


Fazemos um pacto,
Trazemos o Bem alvitado
Pela demência de alguns.


E assim,
Reconstruímos
Este Mundo,
Em que escrevemos.

Maria luísa O. M. Adães

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

JOGO


Tudo é evasivo neste mundo
Nesta vida.

Do topo da montanha piramidal,
Só se contempla as multidões
Sem rumo, fugindo às guerras,
Fugindo à fome e à sede.

A vida tornou-se num jogo
indecifrável,
Os meninos carregam às costas
Todo o mal do mundo.

Apenas no pano verde
E nas luzes cintilantes,
Se nota uma pretensa alegria
A transformar-se em lágrimas
E desenganos...

Tudo por magia de incertezas
Constantes,
Apenas o homem sonâmbulo
Diz de quando, em quando,

- Façam o jogo, meus Senhores!

domingo, 1 de novembro de 2009

Tu o Dizes...


Tu o dizes,
Eu assim faço como dizes.

Ontem adormeci,
Havia alegria
Ao pé de fogueiras acesas.

No meio da noite despertei,
Apenas ouvi o murmúrio
Do silêncio,
A multidão adormecia longe...
As fogueiras continuavam acesas,
Eu aproximei e tatuei dois nomes
No fogo e na solidão que as cercava.

Assim cumpri teu pedido,
De forma lenta, abstracta,
Intimista.

Hoje não ouço mais as vozes,
O ritual se finalizou
E ficou,
O teu nome e o meu.

Maria Luísa O. M. Adães

sábado, 17 de outubro de 2009

Nada Podemos Dizer!


Eles na primeira noite,
Se aproximam
E colhem uma flor
Do nosso jardim
E não dizemos nada.

Na segunda noite,
Já não se escondem
Pisam as flores, matam o cão
E não dizemos nada.

Até que um dia,
O mais frágil deles, entra
Em nossa casa, rouba-nos a alma
E conhecendo nosso medo
Arrancanos a voz da garganta

E porque não dissemos nada
Já não podemos dizer nada!

Bertold Brecht

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

AMOR


O amor não seria amor
Sem algumas angústias.

A vida é isso que tu dizes,
como num filme passa por nós
pequenas cenas passadas,
grandes cenas vividas.

Tudo deixa de ser real
e até o presente do instante
esquecemos.

Mas o flash é momentâneo,
muito breve, por vezes,
ou sempre.

O recordar não é benéfico,
mas ficou preso na memória
e a memória nos traz
nostalgia.

Ela simboliza a nossa pessoa,
A nossa vivência!

Maria Luísa

terça-feira, 15 de setembro de 2009

POETA


Um poeta é livre...
É livre dentro de seu coração,
Nesse lugar tem o seu mundo
...Ele sabe que nada lhe pertence.

Deveria ser aceite por todas as filosofias,
Todas as crenças, todas as raças.
O Poeta é livre, na sua forma de dizer.

Não o julguem pelo que diz no Mundo da Forma,
Mas pela verdade que pretende transmitir,
Ele pertence ao Universo puro e imenso
Nunca aos homens!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

ACORDAR




Parece simples o acordar!
Abrir os olhos e reconhecer
O Lugar onde estou.

Acordar é, apenas, abrir os olhos,
Esfregá-los com prazer
E olhar à minha volta,
Levantar-me e andar
E encontrar,
Tudo quanto amo
Com muita força.

Tão simples quanto isso!
O acordar!

Para alguns, difícil
O acordar,
Pois não chegam
A acordar.

Por Esses eu rogo
Ao me levantar!

Maria Luísa O. M. Adães

sábado, 1 de agosto de 2009

FINAL




As ondas batem suaves na cadência das águas,
escondem as rochas,
um barco estremece e eleva-se ,
outro barco balança as velas ao longe...
um outro segue o seu destino.

Tudo se aquieta num tempo derradeiro,
numa despedida de encanto
e sente-se a Tua presença,
qual farol ensinando o caminhante.

A magia do silêncio,
o canto da natureza,
juntam-se ao musgo sedoso
desse instante luminoso.

As ondas murmuram leves e nuas,
tudo é uma aventura constante
e o Tempo pára...
E dá o esquecimento
de terras a ruir,
pontes a abater
e Gente a morrer.

Maria Luísa O. M. Adães

sábado, 25 de julho de 2009

VERDADE




A Verdade não tem tempo
No espaço Cósmico,
Não tem tempo no Planeta Terra...

Viveu sempre e continua a viver,
Nos Mundos Siderais
Longe da Terra...

Não tem espaço
No nosso mundo,

Não pertence à Terra!

Maria Luísa Adães

terça-feira, 14 de julho de 2009

Tu Sabes...




Todos Te procuram...
Com consciência ou sem ela...

Quando Tu estás tão próximo,
Do amor que não damos,
Do sofrimento que ignoramos

E do auxílio que nos pedem
e nos esquecemos de ouvir...

Por razões só nossas
E não Tuas...

Maria luísa M. Adães

segunda-feira, 25 de maio de 2009

OUVIR


Ouvi falar da tua transformação,
ouvi dizer do teu afecto por mim!

Ouvi o teu pensamento,
apanhei-o nas asas do vento
e soube dos limites do meu tempo!

Ouvi de ouvidos fechados,
ouvi com todas as dificuldades
e não gostei dessa verdade!

Ouvi o canto de várias vozes,
ouvi os ecos do silêncio a dizer:
- eu estou aqui!...

Ouvi o rouxinol persa e das Índias,
ouvi com este ouvido
que se perdeu no burburinho do mundo!

Ouvi a mudança da voz do vento,
ouvi a mudança da minha voz
louca, envolvente, a lembrar o Oriente!

Interessa-me a Eternidade
à qual não posso fugir,
mas acredita...

"Gosto de viver"!

Não me tires esta ânsia,
esta alegria que eu sinto
quando te vejo ou te pressinto...

E te peço - :
Ama-me,
Como da primeira vez!

Maria Luísa Adães

quarta-feira, 8 de abril de 2009

DENUNCIEMOS:


A indiferença,
Os debates sem glória,
As análises dos factos,
Os projectos,
Esperando solucionar
Dificuldades.

A Guerra aceite
Como coisa natural,

O aniquilar de sentimentos
E de esperanças...

E tudo isto
Num mundo de Todos!

E não apenas,

De alguns...

Maria Luísa Adães

sexta-feira, 3 de abril de 2009

ENCONTRO


Espera um pouco e diz-me:

Quem sou?
Para onde vou?
O que procuro?

Mas antes de tudo,
Tenho de sobreviver
Às minhas interrogações
E cumprir o meu propósito,

Não antes nem depois...
No tempo certo da separação,
Calcular bem esse tempo
E descobrir escrito,

Nas estrelas ou nos astros,
No Oceano,
Nas planícies deste Planeta
E nos espaços
Libertos dos flagelos,

A Tua escrita
A Tua palavra
O Teu mapa

E possa partir ... Sem me perder!

Maria Luísa Adães

sexta-feira, 6 de março de 2009

PRINCÍPIO e FIM


Num tempo de partida
possa levar missões
cumpridas,
caminhos percorridos,
pesares e penas esquecidos.

E a minha bagagem
os meus sacos de viagem,
sejam os que me propuz levar.

Nem mais isto ou aquilo
Apenas esses!...

Será o que aprendi a Ser
E nada mais!

quinta-feira, 5 de março de 2009

POETA




Um poeta é livre...
É livre dentro do seu coração,
Nesse lugar tem o seu mundo.

Procura dar aos outros, esse mundo,
ele sabe que nada lhe pertence!...

Pede para ser lido com simplicidade
E diz...como só ele sabe dizer
E sente...como só ele sabe sentir!

Deve ser aceite por todas as filosofias,
todas as crenças,
todas as raças.

O poeta é livre, na sua forma de dizer!

Não o julguem, pelo que diz no mundo da forma,
mas pela Verdade que procura transmitir!

A beleza, tal como a poesia
Ou a prosa,
Pertencem ao Universo
Puro e imenso...

- Nunca aos Homens!


Maria Luísa Adães

quarta-feira, 4 de março de 2009

AMOR


Nem tudo se pode dizer,
nem tudo se pode fazer,
nem tudo é o Todo,
nem tudo é o Uno!

Procuro dizer ou escrever
com cuidado e com Verdade:

O Planeta está coberto de cinzas,
feridas abertas,
ainda não fechadas.

Desbravando caminhos,
abolindo o injusto
e sabendo que a dor da Terra,
é também a minha dor...

Não posso deixar de ouvir
lamentos e súplicas
dos Necessitados!

É isto o Amor!

Maria Luísa Adães

terça-feira, 3 de março de 2009

ESTRELAS


Inspirei-me nas Estrelas,
nos oceanos dos sentimentos
e voltei à natureza,
aos campos floridos do Amor.

E se dermos as mãos e cantarmos?
Envolvemos os espaços siderais,
ficamos numa aceitação Maior
e damos o nosso contributo à Terra

que nos foi legada, um dia...
e não tem sido amada!

Maria Luísa Adães

segunda-feira, 2 de março de 2009

PROCURAR


Procura sempre,
Procura o fim de uma
História,
Seja ela qual for.

Procura os teus
Caminhos.

Mas não magoes ninguém
Nessa procura...

Arrepende-te,
Volta atrás,
Pede perdão!

Do poeta Fernando Pessoa

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

FELICIDADE


Feliz é aquele
que sabe atrair
simpatias e afeições e cujo coração
é um imã que atrai,
a bondade dos outros
e a benção Divina!

Maria Luísa Adães

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

SILÊNCIO




Mas o silêncio não serve
para tolerar os abusos
e ignominias colocadas
no teu caminho.

Acaricia as pétalas de uma rosa
sem a ferir
e beija as faces de uma criança,
Sem a acordar

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Eu Sou!....

Não vais chegar
onde estou!

Nunca vais passar
onde eu passo!


Não vais olhar e ver
o que vejo!

Pois o teu olhar
não abrange
o meu espaço,
a minha alma,
o meu amor!

Isola-te do mundo,
Não pertences ao Mundo!...

Eu abri os olhos,
reconheci o caminho
aceitei a verdade ,
descobri o bem
aboli o mal!

E voltei ...

Para escrever,
o pouco que sei!...

Mas eu sou o mundo
O meu e o teu!

Maria Luísa Adães

domingo, 22 de fevereiro de 2009

LIBERDADE!...


E vais confrontar-te com exércitos
E vais vencer esses exércitos,
Essas brumas que te ofuscam ...

E ascender à luz mais forte
Onde se encontra a liberdade,
Onde se pode viver
Esse Dom natural
E fazer da liberdade, a plenitude
Maior!

E aprender,
A evoluir com ela!

Maria Luísa Adães

sábado, 14 de fevereiro de 2009

CLARÕES




Nas horas do entardecer perfumado,
Nas tardes procuradas e sentidas,
No silêncio de íntimo Fogo
Ardente ...
Eu abro as janelas fluorescentes
Pintadas,
Pelo acender dos clarões das rosas
No meu jardim, isolado ...

E vejo deslumbrada a Luz
Dos clarões,
A transformarem-se
Em figuras geométricas,
Desconexas
E dançarem ...

Ao longe toca uma guitarra!

Os clarões tomaram o Tempo
Iluminaram,
Num gesto leve
As rosas de mil cores
E cantaram ...

Ao longe toca uma guitarra!

Fizeram amor de quimera
Com alegria,
Plantaram flores de nostalgia
Rolaram uns sobre os outros,
Transformaram ...

Ao longe toca uma guitarra!

E ninguém os via ...

Mas eles - são clarões de luz e fogo
Transformados em humanos
Perdidos,
Distorcidos,
Esquecidos

E ninguém os via
E a guitarra gemia!

Tomaram conta da Noite,
Dos seus Fados
Cantados
Ao som dessa guitarra
Que tocava ao longe,
Não se sabia onde ...

E ninguém os via!

E como clarões que eram
Brilharam
Nos recantos,
Onde o Amor impera!

Cansados retornaram
Ao jardim solitário
E esquecido,
Ficaram a esmorecer
Com o aparecer do Dia

Ao longe, uma guitarra tocava
Em som gemido ...

O meu mundo estremecia,
Dessa Noite de encantar
A terminar
E o aparecer do Dia ...
Clarão não havia
E o som da guitarra
Se perdia ...

Mais um dia!

Maria Luísa Adães

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

VIDA




A minha vida
Com todas as provas
Pelas quais passei,
A posso doar ...

Pois é minha
Me pertence,
A posso dar...

Quem se importa?
Ninguém!

E posso pairar
Além do Sol
E do luar
E aguardar,
O que submerge das águas
Para me levar!...

Maria luísa Adães

SER!...


Quando nasci
já os poetas cantavam
e eu não sabia ler
não sabia falar...

Tinha acabado de nascer!

Nada sabia da vida,
como deves calcular.

E depois, aprendi a ser poeta!
Gostei de mim
e de ti
e amei de forma louca
e intensa,
como amam os poetas ...

O que era o amor, para mim?
Nada!
Mas cresci e descobri
que o amor é tudo,
toda a espécie de amor!

E sem algemas
contigo e sempre,
eu continuo a amar
com veemência
neste desejo
de nada perder

E tudo encontrar!...

Maria Luísa Adães

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

SONHO




Aqui, moras há muito,
mas és um sonho
e temo que mesmo sonho,
partas um dia
e eu não te encontre

Retenho-te,
tanto quanto posso,
mas tu foges ...
Como pássaro
que corre os Oceanos,
os Continentes
e se fixa
por pouco tempo ...

Mas a culpa ...

não há culpa!

Há, apenas, um destino
amargo, a cumprir!

E não podes fugir!

Maria luísa Adães

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

DEIXA DE SER UM SONHO!

No silêncio procuto-Te
Nos outros encontro-Te

E levo-Te com cuidado nas minhas mãos,
Com cuidado para que não Te perca,
para que sobrevivas a tudo ...
E venhas ao encontro da Tua Terra ...
E que sejas aceite com ternura
E deixes de ser um Sonho.

Torno a suplicar-Te ... Deixa de ser um Sonho
E ajuda a transformar o que Te pertence.

Maria Luísa

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

CAMINHANTE ...




Ao caminhante que passa
benevolente e terno,
ao caminhante que passa

atraiçoa e apaga as luzes fortes,
pintadas de todas as cores
num jogo de amor.

Toco as palavras
Atiro as palavras,

ao Vento
à solidão.
à maldade
e à mansidão ...

E o que é "Manso de coração",
fica com Elas
e o seu bordão ...

Esquecido, perdido,
num local sem fim
E Eu,
Fico com ele...
pertenço,
ao Mundo dele!

Maria Luísa Adães

terça-feira, 4 de novembro de 2008

MAGGIE






Para a minha cadelinha Maggie _ Cocker Spaniel da Quinta do Bosque _

Azeitão - Portugal.


Meus Amigos, vos apresento a Maggie, da qual vou falar e vos vou dizer, quanto a amo.



A Maggie é branda e suave, mas algumas vezes sai da sua vida anónima e torna-se brusca - mas sempre, por qualquer razão forte - e volta à Paz da sua vida - não há raivas, maldades, desejos de vingança. É diferente dos humanos!
É ainda, uma cadelinha carinhosa, gulosa, vestida de branco, malhada de preto.


- Maggie estás apresentada aos meus leitores!

Vou escrever aquela carta que te prometi; chegou a hora de o fazer!

Pedi um novo Estatuto - uma espécie de Lei - pedi e aguardo a resposta.
Em segredo - num sussurar macio como o veludo - roguei - esta é a palavra certa! Roguei a Deus, uma Alma para ti - para que possas preencher, sempre, os vazios dos recantos escondidos da nossa casa.


Exulto com a idéia, mergulho no mar e venho à superfície como um golfinho -
que pertence à terra e ao mar e espero, assim, a resposta à minha carta, vinda do "Senhor de todas as coisas".


Chega a manhã, das muitas manhãs e um Mensageiro, toca à nossa janela e Ele
fala:

- Maggie - foi-te dada uma Alma! Deixaste de ser uma cadelinha qualquer... Inquieta-me a falta de amor no mundo - mas tu, tens dentro de ti, todo o amor e em troca, nada pedes ... pediu a Maria Luísa por ti e eu ouvi ... E levei a mensagem, ao "Senhor de todas as coisas". Talvez por teres tanto Amor e seres natural e pura - tenhas tirado ao mundo, algum pedaço forte, desse amor ...Daí
a falta de amor, no vosso mundo.


O mensageiro partiu e eu agradeço e te digo:

- Mereces o meu pedido ... concedido por alguém, muito acima de nós!
Te concedi, com deleite, a herança mais rica, deixada por mim.

Venceste a Solidão Espiritual e uma "nova casa" com jardim e flores, bichinhos
de vários tamanhos e todas as cores. Nunca vais estar "Só"! Foi-te dada a Eternidade, num local melhor! E dás ao mundo, uma lição de Amor e de Perdão.


Maggie tens 16 anos de idade, o meu amor e o meu legado - vamos continuar a nossa vida, mais fortes, para um dia Aceitar o que se nos deparar!...


Com ternura

Maria Luísa Adães

domingo, 5 de outubro de 2008

PAZ














Encontro uma gaveta vazia e à pressa aferrolho o passado e fecho a gaveta com as Sete chaves de Magia - fica lá dentro tudo, quanto quero esquecer. Fecho com as sete chaves - mais uma gaveta fechada...

Os pirilampos saltam e batem nos vidros da janela, como se pretendessem alumiar o que está na escuridão, mas não deixo que se aproximem - quero aquele recanto escuro, sem luz - para esquecer!

E flutuo como ser escolhido no presente e vejo as abelhas preparando o néctar para as próximas refeições.

Sinto situações faladas nos grandes auditórios a tornarem-se verdadeiras no mundo conturbado das convulsões - e procuro a Paz - palavra quase mitológica,
paraíso de felicidade quase eterna.

Procuro com fervor retê-la - mas a palavra foge da mente e do coração e deambula por corredores sombrios, sem encontrar um peito forte onde se possa apoiar - e dar um mundo adulto, não profanado e aquecer a indiferença e a deixar o perfume das flores da Primavera, a vicejar.

Também eu fecho a gaveta, numa procura de Paz ... Um sonho de todos os povos, em todas as eras!...

Maria Luísa

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

SOLIDÃO








Ama a solidão,
As colinas,
Os lagos,
Os rios,
Os Oceanos,
O teu amor,
Os teus filhos e netos,
O teu clamor de justiça
O teu esplendor.

Não esqueças – nunca –
Os teus versos …

Ama a solidão
O silêncio da força
Que se renova
Que brota
De uma fonte profunda

- As águas da Vida –

Ama a solidão
Que só tem olhos
Para o seu brilhante ideal…
Dos Sonhadores
Que vivem fora do real.

Renova a tua força
No silêncio do teu coração
Cansado e dolorido
Dos tempos passados
E nunca esquecidos!

Ama a solidão,
Modela o teu modelo
E vive o teu silêncio,
Como se fosse teu!

E sabes que não é,
…apenas teu!

Mas ama tudo à tua volta
E faz do amor
A tua arma mais pura
O amuleto que te salva.

Da solidão que procuras
Sem saber …
Da solidão que sentes,

Como um imã
À tua volta …

E procura descansar
Na solidão do amor …
Que se escondeu de ti!



Com carinho, te dedico estes versos.

Maria Luísa Adães

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

ENCONTRO COM BOCAGE




"Já Bocage não sou" ...


Na hora da solidão
No momento do encontro
No Final só dele
Tocam ao longe os sinos
Saudam o Poeta,
O Vate,
O Génio,
No fim da Peregrinação! ...

Sem pompas nem cerimónias
Esquecido de todos,
Sai o teu corpo mortal
Daquela pobre casa
Acompanhado por tão poucos ...

E diluiu-se no estar
Da existência enganadora,
Deixou a herança,
A riqueza adquirida,
A dádiva da sua presença,
A forma plena de Amar.

Elmano
Contestado
Incompreendido
Polémico
Vencido.

O Vate
Brilhante
Esplendoroso
Da Nova Arcádia ...

Cantou o mundo
Daquele tempo,
A maldade daquela gente,
A insensatez de amores
Perdidos e encontrados
SEMPRE! ...

Do seu passo ondeante,
Ficou a figura
Estreita e franzina
E a Alma de Poeta
Imortal!

E Bocage És!

Absolvido na Santidade
No lugar perfeito
Contemplas com deleite
Este Amor incontestado! ...

Tu que não encontraste
O Amor ...
E procuraste ... sempre! ...

Mas o correr do tempo
Mostra o engano,
Repele a maldade
E oferece-te em Taça

A Eternidade!

Majestosa é a hora ...
Calo as vozes
Escuto os pensamentos
O Sagrado Impera.

Penso nos teus versos
Difíceis de dizer
Impossíveis de esquecer ...

Subo ao teu encontro,
Abre-se de improviso a porta
Recebes-me de forma
Que me conforta.

Fixas o teu olhar
Da cor do Infinito,
No meu olhar
E elegante no falar
Afirmas ...

Eu sou Bocage!

Exalto o instante,
Rodeada das tuas ninfas
Canto e danço,
À Luz do Luar! ...

Tu olhas
Nostálgico e brando
E sobes ...
Àquele Lugar,

Onde vais descansar! ...

Maria Luísa Adães


Em 1765, cerca de dez anos depois do trágico terramoto de Lisboa,
que tão profundamente comoveu toda a europa, nascia na então pacata vila
de Setúbal, a 15 de Setembro, uma crianca do sexo masculino que baptisaram
com o nome e sobrenome de Manuel Maria.

Mário Domingues - Historiador

Na aproximação desse dia, (15 de Setembro) deixo como Homenagem a Bocage, meu conterrâneo,
o pouco que escrevi ... nestes versos só meus ... e a prova, de que o Poeta não morre!...
Passaram 243 Anos! ...
Maria Luísa