quinta-feira, 22 de julho de 2010

NO MAR

Os ouvidos do Universo
Escutam nossos beijos.

Nós nos deleitamos
Na cama de espumas
E de desejos.

A cadência das águas
Vai-nos molhando,
Enquanto amamos.

Nos fortalecemos
Contra o mal do Mundo,
Quando nos encontramos.

Mas continuamos remando
Salpicando de sal,
O amor suave e brando.

E continuamos a amar,
Envoltos nas ondas do Mar.

Nada nos separa
Nem as ondas,
Nem golfinhos brincando.

Fazemos estremecer o barco
Quase se afunda,
Não no nosso mundo.

Neptuno impõe seu poder
Saindo imponente das águas.

Nós somos fantasmas
De duas vontades,
Salpicando as margens.

Ternamente nos amamos
Assombramos,
O Deus do Mar.

Não pensamos,
Deixamos de pensar.

Deixo aqui meu corpo
Talvez eu morra
Neste instante.

É mais fácil
Do que viver
Sem ti,
Meu amor, meu amante.

Maria Luísa

quarta-feira, 14 de julho de 2010

DOIS GATOS

Falo de solidão
Falo de amor
Falo de silêncio
Falo de inquietação,
Sempre!

Um amigo pensou,
Olhou as estrelas
E os astros
Nos seus contrastes
E com sua Arte,
criou...

Dois Gatos,
Verdade! _ dois gatos !                                              

Um Gato vermelho
Outro Gato preto,
Como o cintilar dos astros.

Eu os recebi
E de imediato amei,
Naquele Amor, tão meu
Naquela Arte, tão dele.

E fiquei com eles
Sensitiva, tocada
Pelo Amor, pela Arte,
Pelos meus lindos Gatos.

Por instantes breves
Como poeta que sou,
Abracei meus Gatos
Os levei e abençoei...
A Arte subtil plantada
Em meus braços.

E eles são meus
Minha companhia,
Um vermelho, outro preto.

Meus, para meu encanto
E meu quebranto.

E juntei à minha Arte
A Arte do amigo
E os meus Gatos,
Oferecidos por ele.

Uma lágrima de tinta,
Não chegou a caír.

Maria luísa

Agradeço a Manuel Santos (Leunam)
A oferta, através de sua Arte
De  dois Gatos,

Um vermelho,
O outro preto!

sábado, 10 de julho de 2010

SOLIDÃO

Ama a solidão,
As colinas,
Os lagos,
Os rios,
Os oceanos,
O amor,
Teus filhos e netos,
Teu clamor de justiça
E teu esplendor.

Não esqueças nunca
Os teus versos!...

Ama a solidão,
O silêncio da força
Que se renova
Que brota
De uma fonte profunda.

As águas da Vida...

Ama a solidão
Que só tem olhos
Para o seu brilhante ideal,

Dos Sonhadores
Que vivem fora do real.

Renova a tua força
No silêncio do teu coração
Cansado e dolorido,
De tempos passados
E nunca esquecidos.

Ama a solidão,
Modela teu modelo
E vive esse silêncio
Como se fosse teu!

Sabes que não é,
Apenas teu!

Mas ama tudo à tua volta
E faz do Amor
A arma mais pura
O amuleto que te salva,
Da solidão que procuras
Sem saber...
Da solidão que sentes,

Como um ímã
À tua volta.

E procura descansar
Na solidão do amor
Que se escondeu de ti,

Solitário, caído das pontas,
De teus versos.


Maria Luísa

sexta-feira, 2 de julho de 2010

NOITE

Sinto a noite a aproximar
O cheiro das flores
Me fazem pensar.

Tudo se perdeu
Nas coisas que contei
E nas outras que senti.

E tornei-me indiferente
Ao lado de gente
Que tratou de mim.

Lembro tua forma de amar
Te dei meu pensar
E escondi meu clamar.

Acumulo as culpas
Não são tuas as culpas,
Mas são minhas.

A minha alma desdobra-se
Em pétalas de flores pisadas,
Separada de mim.

Lembro a doçura dessas mãos
Pousadas no bater do coração,
Não têm as marcas de meus beijos.

Mas continuo a amar-te
A sentir teu desejo,
Meus olhos fechados, nublados,
De inúmeros patamares.

Murmúrio de água lenta
Num céu de prece
Num sonho extinto.

A tarde morre
Meu desejo cresce,
Te vou amar.

A noite vem,
Vou esquecer contigo
Tudo quanto disse!

Sobem ramos de rosas,
Se desfolham no silêncio da noite
E eu lembro, minha vida,
Esqueço essa lembrança
E amo!...


Maria Luísa