sábado, 24 de novembro de 2012

Quando Te leio....

Imagem Internet
Há poetas escondidos      
Por detrás das cortinas

Há místicos escondidos
E disfarçados nos poemas.

Há luz quando a noite
Nunca mais termina.

Há clareiras que se abrem
Como um caminho incerto.

Há estrelas que se mostram
E não são verdadeiras.

Há neblinas que descem
Em horas incertas.

Há certezas
Que nada têm de verdade.

Há horizontes que se mostram
Aos olhos nublados.

Há esconderijos
Fechados a sete chaves.

Há um canto
Quando as palavras me faltam.

Há uma floresta
Que convida ao destino.

Há um disfarce                                                                            
A cada bocado de folhas frias.

E a peça deixa de ser representada
E as cortinas se correm
E não deixam ver nada.

Quando Te leio
Sem saber nada de Ti
Sinto uma vontade forte
De perguntar -  porquê?

Mesmo sem resposta
Te continuo a chamar
Em todos os recantos da Terra.

Ó Deus do meu pranto!


 Maria Luísa Adães

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Quimera...

Internet/ Georgia O´ Keeffe / 1927

Parei 
A uma porta aberta

Entrei na descoberta
Dessa porta

E me parecia
Feita de alegria.

Pensei, de imediato pensei,
Eu vou viver para sempre

E vou amar para sempre
E ninguém vai morrer na minha vida,

Nem eu
Nem os outros...

Eu tinha encontrado                                                                            
O Palácio da Quimera!

A minha mente ocupada e submersa
No meu próprio Eu

Viu a cidade corrida
Que não dorme
E nunca está cansada.

Razões muito fortes
Me levaram
E eu esqueci essas razões
E entrei pela porta encantada.

Quem era eu
Qual o meu nome
Alguém de uma história
Mal contada?

E o amor que deixei
E o avião que te levou
Para o outro lado do Oceano

Onde estava
Todo o teu canto de amor?

E fiquei olhando a quimera do meu sentir
Da minha mente absorta
E louca

E dancei a mesma dança
Como se fosse criança.

Maria luísa

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Não há tempo!

http://stampsbrowneyes.blogspot.pt

Oferta e o meu agradecimento Maior!
Maria Luísa

Tudo conduz ao esquecimento                     
A simplicidade ilude
Os espaços vitais do amor.

Não há tempo                                   
E a falta desse tempo
Não mata a ânsia
Das coisas que ficaram por dizer.

Só resta a ilusão
E assume sua presença
Sem presença.

Conhecemos a vida
E conhecemos a morte do outro
Nunca a nossa

Quando ela é a única certeza
Que recusamos
E a habitante do futuro.

A porta reabriu
E mostrou o horizonte
E tu entraste,
Pronto a partir.

Senti o pulsar da tua vida
O teu canto de amor
E tu ficaste fora
E eu dentro.

Estamos de partida
E não temos tempo
À nossa frente
E eu estou perdida

Porque amei a vida
Me agarrei a ela

Como se para ela
Eu fosse diferente
E não sou
E tu não és.

E temos de dizer adeus
E fechar a porta
Que se entreabriu
E  mostrou o horizonte...

Perdemos o tempo, meu amor
E não temos mais tempo!...


Maria Luísa Adães