terça-feira, 15 de dezembro de 2009

QUANTAS VEZES


Quantas vezes me dizes
Quantas vezes me falas
E eu escuto, meu amor?

Ao longe a colina
O lago em baixo
Flores exóticas
Como eu, meu amor.

Como podes saber
Se te amo,
Como podes acreditar
Neste amor?

Não por mim o vais saber
Mas por ti.

Estou indiferente,
A indiferença mata o amor,
Mas te posso dar
O que desejas de mim
E depois caminhar
Sem me lembrar de ti.

Isso pode acontecer!

Se ficas feliz
Eu dou,
Mas nada ficou
Do que se passou...

Terminou!

Maria Luísa O. M. Adães
Dezº. 09

sábado, 5 de dezembro de 2009

SONHOS


No teu sonho
Vagueaste no mundo
E não encontraste a luz,
Te perdeste!

A luz plasmada
No plano etéreo
É um plano de Paz
E amor verdadeiro.

Traçado, pintado por mim
Nada é real, definido.

A luta travada
Num mundo de nada
Continuou plantada,
Dominou!

Eu estava lá, aguardando por ti,
Não procuraste
Fugiste de mim.

Mas as luzes não retrocederam,
Continuaram a marcar
Sua presença
E me acompanharam,
Só a mim.

Tu fugiste,
Não deves fugir
Aceita com amor
A tua luta
E vais sobreviver!

Doutro modo, és destroçado!

Maria Luísa Adães

sábado, 28 de novembro de 2009

PACTO


Fazemos um pacto:

Tu caminhas comigo
Neste campo minado,
Eu caminho contigo
E nos amparamos
Na escolha de lugares
Por onde passamos.

E talvez juntos,
Possamos limpar
Os campos minados
E criar os Prados.

Caminhar nesses prados,
Escrever nossos sonhos
De mudança
Nas mentes
De quem pensa.

E tornarmos estes campos
menos densos,
Mais palpitantes
De luz
E estrelas cadentes,
Descendo, descendo...
E amor constante.


Fazemos um pacto,
Trazemos o Bem alvitado
Pela demência de alguns.


E assim,
Reconstruímos
Este Mundo,
Em que escrevemos.

Maria luísa O. M. Adães

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

JOGO


Tudo é evasivo neste mundo
Nesta vida.

Do topo da montanha piramidal,
Só se contempla as multidões
Sem rumo, fugindo às guerras,
Fugindo à fome e à sede.

A vida tornou-se num jogo
indecifrável,
Os meninos carregam às costas
Todo o mal do mundo.

Apenas no pano verde
E nas luzes cintilantes,
Se nota uma pretensa alegria
A transformar-se em lágrimas
E desenganos...

Tudo por magia de incertezas
Constantes,
Apenas o homem sonâmbulo
Diz de quando, em quando,

- Façam o jogo, meus Senhores!

domingo, 1 de novembro de 2009

Tu o Dizes...


Tu o dizes,
Eu assim faço como dizes.

Ontem adormeci,
Havia alegria
Ao pé de fogueiras acesas.

No meio da noite despertei,
Apenas ouvi o murmúrio
Do silêncio,
A multidão adormecia longe...
As fogueiras continuavam acesas,
Eu aproximei e tatuei dois nomes
No fogo e na solidão que as cercava.

Assim cumpri teu pedido,
De forma lenta, abstracta,
Intimista.

Hoje não ouço mais as vozes,
O ritual se finalizou
E ficou,
O teu nome e o meu.

Maria Luísa O. M. Adães

sábado, 17 de outubro de 2009

Nada Podemos Dizer!


Eles na primeira noite,
Se aproximam
E colhem uma flor
Do nosso jardim
E não dizemos nada.

Na segunda noite,
Já não se escondem
Pisam as flores, matam o cão
E não dizemos nada.

Até que um dia,
O mais frágil deles, entra
Em nossa casa, rouba-nos a alma
E conhecendo nosso medo
Arrancanos a voz da garganta

E porque não dissemos nada
Já não podemos dizer nada!

Bertold Brecht

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

AMOR


O amor não seria amor
Sem algumas angústias.

A vida é isso que tu dizes,
como num filme passa por nós
pequenas cenas passadas,
grandes cenas vividas.

Tudo deixa de ser real
e até o presente do instante
esquecemos.

Mas o flash é momentâneo,
muito breve, por vezes,
ou sempre.

O recordar não é benéfico,
mas ficou preso na memória
e a memória nos traz
nostalgia.

Ela simboliza a nossa pessoa,
A nossa vivência!

Maria Luísa

terça-feira, 15 de setembro de 2009

POETA


Um poeta é livre...
É livre dentro de seu coração,
Nesse lugar tem o seu mundo
...Ele sabe que nada lhe pertence.

Deveria ser aceite por todas as filosofias,
Todas as crenças, todas as raças.
O Poeta é livre, na sua forma de dizer.

Não o julguem pelo que diz no Mundo da Forma,
Mas pela verdade que pretende transmitir,
Ele pertence ao Universo puro e imenso
Nunca aos homens!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

ACORDAR




Parece simples o acordar!
Abrir os olhos e reconhecer
O Lugar onde estou.

Acordar é, apenas, abrir os olhos,
Esfregá-los com prazer
E olhar à minha volta,
Levantar-me e andar
E encontrar,
Tudo quanto amo
Com muita força.

Tão simples quanto isso!
O acordar!

Para alguns, difícil
O acordar,
Pois não chegam
A acordar.

Por Esses eu rogo
Ao me levantar!

Maria Luísa O. M. Adães

sábado, 1 de agosto de 2009

FINAL




As ondas batem suaves na cadência das águas,
escondem as rochas,
um barco estremece e eleva-se ,
outro barco balança as velas ao longe...
um outro segue o seu destino.

Tudo se aquieta num tempo derradeiro,
numa despedida de encanto
e sente-se a Tua presença,
qual farol ensinando o caminhante.

A magia do silêncio,
o canto da natureza,
juntam-se ao musgo sedoso
desse instante luminoso.

As ondas murmuram leves e nuas,
tudo é uma aventura constante
e o Tempo pára...
E dá o esquecimento
de terras a ruir,
pontes a abater
e Gente a morrer.

Maria Luísa O. M. Adães

sábado, 25 de julho de 2009

VERDADE




A Verdade não tem tempo
No espaço Cósmico,
Não tem tempo no Planeta Terra...

Viveu sempre e continua a viver,
Nos Mundos Siderais
Longe da Terra...

Não tem espaço
No nosso mundo,

Não pertence à Terra!

Maria Luísa Adães

terça-feira, 14 de julho de 2009

Tu Sabes...




Todos Te procuram...
Com consciência ou sem ela...

Quando Tu estás tão próximo,
Do amor que não damos,
Do sofrimento que ignoramos

E do auxílio que nos pedem
e nos esquecemos de ouvir...

Por razões só nossas
E não Tuas...

Maria luísa M. Adães

segunda-feira, 25 de maio de 2009

OUVIR


Ouvi falar da tua transformação,
ouvi dizer do teu afecto por mim!

Ouvi o teu pensamento,
apanhei-o nas asas do vento
e soube dos limites do meu tempo!

Ouvi de ouvidos fechados,
ouvi com todas as dificuldades
e não gostei dessa verdade!

Ouvi o canto de várias vozes,
ouvi os ecos do silêncio a dizer:
- eu estou aqui!...

Ouvi o rouxinol persa e das Índias,
ouvi com este ouvido
que se perdeu no burburinho do mundo!

Ouvi a mudança da voz do vento,
ouvi a mudança da minha voz
louca, envolvente, a lembrar o Oriente!

Interessa-me a Eternidade
à qual não posso fugir,
mas acredita...

"Gosto de viver"!

Não me tires esta ânsia,
esta alegria que eu sinto
quando te vejo ou te pressinto...

E te peço - :
Ama-me,
Como da primeira vez!

Maria Luísa Adães

quarta-feira, 8 de abril de 2009

DENUNCIEMOS:


A indiferença,
Os debates sem glória,
As análises dos factos,
Os projectos,
Esperando solucionar
Dificuldades.

A Guerra aceite
Como coisa natural,

O aniquilar de sentimentos
E de esperanças...

E tudo isto
Num mundo de Todos!

E não apenas,

De alguns...

Maria Luísa Adães

sexta-feira, 3 de abril de 2009

ENCONTRO


Espera um pouco e diz-me:

Quem sou?
Para onde vou?
O que procuro?

Mas antes de tudo,
Tenho de sobreviver
Às minhas interrogações
E cumprir o meu propósito,

Não antes nem depois...
No tempo certo da separação,
Calcular bem esse tempo
E descobrir escrito,

Nas estrelas ou nos astros,
No Oceano,
Nas planícies deste Planeta
E nos espaços
Libertos dos flagelos,

A Tua escrita
A Tua palavra
O Teu mapa

E possa partir ... Sem me perder!

Maria Luísa Adães

sexta-feira, 6 de março de 2009

PRINCÍPIO e FIM


Num tempo de partida
possa levar missões
cumpridas,
caminhos percorridos,
pesares e penas esquecidos.

E a minha bagagem
os meus sacos de viagem,
sejam os que me propuz levar.

Nem mais isto ou aquilo
Apenas esses!...

Será o que aprendi a Ser
E nada mais!

quinta-feira, 5 de março de 2009

POETA




Um poeta é livre...
É livre dentro do seu coração,
Nesse lugar tem o seu mundo.

Procura dar aos outros, esse mundo,
ele sabe que nada lhe pertence!...

Pede para ser lido com simplicidade
E diz...como só ele sabe dizer
E sente...como só ele sabe sentir!

Deve ser aceite por todas as filosofias,
todas as crenças,
todas as raças.

O poeta é livre, na sua forma de dizer!

Não o julguem, pelo que diz no mundo da forma,
mas pela Verdade que procura transmitir!

A beleza, tal como a poesia
Ou a prosa,
Pertencem ao Universo
Puro e imenso...

- Nunca aos Homens!


Maria Luísa Adães

quarta-feira, 4 de março de 2009

AMOR


Nem tudo se pode dizer,
nem tudo se pode fazer,
nem tudo é o Todo,
nem tudo é o Uno!

Procuro dizer ou escrever
com cuidado e com Verdade:

O Planeta está coberto de cinzas,
feridas abertas,
ainda não fechadas.

Desbravando caminhos,
abolindo o injusto
e sabendo que a dor da Terra,
é também a minha dor...

Não posso deixar de ouvir
lamentos e súplicas
dos Necessitados!

É isto o Amor!

Maria Luísa Adães

terça-feira, 3 de março de 2009

ESTRELAS


Inspirei-me nas Estrelas,
nos oceanos dos sentimentos
e voltei à natureza,
aos campos floridos do Amor.

E se dermos as mãos e cantarmos?
Envolvemos os espaços siderais,
ficamos numa aceitação Maior
e damos o nosso contributo à Terra

que nos foi legada, um dia...
e não tem sido amada!

Maria Luísa Adães

segunda-feira, 2 de março de 2009

PROCURAR


Procura sempre,
Procura o fim de uma
História,
Seja ela qual for.

Procura os teus
Caminhos.

Mas não magoes ninguém
Nessa procura...

Arrepende-te,
Volta atrás,
Pede perdão!

Do poeta Fernando Pessoa

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

FELICIDADE


Feliz é aquele
que sabe atrair
simpatias e afeições e cujo coração
é um imã que atrai,
a bondade dos outros
e a benção Divina!

Maria Luísa Adães

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

SILÊNCIO




Mas o silêncio não serve
para tolerar os abusos
e ignominias colocadas
no teu caminho.

Acaricia as pétalas de uma rosa
sem a ferir
e beija as faces de uma criança,
Sem a acordar

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Eu Sou!....

Não vais chegar
onde estou!

Nunca vais passar
onde eu passo!


Não vais olhar e ver
o que vejo!

Pois o teu olhar
não abrange
o meu espaço,
a minha alma,
o meu amor!

Isola-te do mundo,
Não pertences ao Mundo!...

Eu abri os olhos,
reconheci o caminho
aceitei a verdade ,
descobri o bem
aboli o mal!

E voltei ...

Para escrever,
o pouco que sei!...

Mas eu sou o mundo
O meu e o teu!

Maria Luísa Adães

domingo, 22 de fevereiro de 2009

LIBERDADE!...


E vais confrontar-te com exércitos
E vais vencer esses exércitos,
Essas brumas que te ofuscam ...

E ascender à luz mais forte
Onde se encontra a liberdade,
Onde se pode viver
Esse Dom natural
E fazer da liberdade, a plenitude
Maior!

E aprender,
A evoluir com ela!

Maria Luísa Adães

sábado, 14 de fevereiro de 2009

CLARÕES




Nas horas do entardecer perfumado,
Nas tardes procuradas e sentidas,
No silêncio de íntimo Fogo
Ardente ...
Eu abro as janelas fluorescentes
Pintadas,
Pelo acender dos clarões das rosas
No meu jardim, isolado ...

E vejo deslumbrada a Luz
Dos clarões,
A transformarem-se
Em figuras geométricas,
Desconexas
E dançarem ...

Ao longe toca uma guitarra!

Os clarões tomaram o Tempo
Iluminaram,
Num gesto leve
As rosas de mil cores
E cantaram ...

Ao longe toca uma guitarra!

Fizeram amor de quimera
Com alegria,
Plantaram flores de nostalgia
Rolaram uns sobre os outros,
Transformaram ...

Ao longe toca uma guitarra!

E ninguém os via ...

Mas eles - são clarões de luz e fogo
Transformados em humanos
Perdidos,
Distorcidos,
Esquecidos

E ninguém os via
E a guitarra gemia!

Tomaram conta da Noite,
Dos seus Fados
Cantados
Ao som dessa guitarra
Que tocava ao longe,
Não se sabia onde ...

E ninguém os via!

E como clarões que eram
Brilharam
Nos recantos,
Onde o Amor impera!

Cansados retornaram
Ao jardim solitário
E esquecido,
Ficaram a esmorecer
Com o aparecer do Dia

Ao longe, uma guitarra tocava
Em som gemido ...

O meu mundo estremecia,
Dessa Noite de encantar
A terminar
E o aparecer do Dia ...
Clarão não havia
E o som da guitarra
Se perdia ...

Mais um dia!

Maria Luísa Adães

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

VIDA




A minha vida
Com todas as provas
Pelas quais passei,
A posso doar ...

Pois é minha
Me pertence,
A posso dar...

Quem se importa?
Ninguém!

E posso pairar
Além do Sol
E do luar
E aguardar,
O que submerge das águas
Para me levar!...

Maria luísa Adães

SER!...


Quando nasci
já os poetas cantavam
e eu não sabia ler
não sabia falar...

Tinha acabado de nascer!

Nada sabia da vida,
como deves calcular.

E depois, aprendi a ser poeta!
Gostei de mim
e de ti
e amei de forma louca
e intensa,
como amam os poetas ...

O que era o amor, para mim?
Nada!
Mas cresci e descobri
que o amor é tudo,
toda a espécie de amor!

E sem algemas
contigo e sempre,
eu continuo a amar
com veemência
neste desejo
de nada perder

E tudo encontrar!...

Maria Luísa Adães

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

SONHO




Aqui, moras há muito,
mas és um sonho
e temo que mesmo sonho,
partas um dia
e eu não te encontre

Retenho-te,
tanto quanto posso,
mas tu foges ...
Como pássaro
que corre os Oceanos,
os Continentes
e se fixa
por pouco tempo ...

Mas a culpa ...

não há culpa!

Há, apenas, um destino
amargo, a cumprir!

E não podes fugir!

Maria luísa Adães