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Internet/ Salvador Dalí |
É Meia-Noite
Hora de feitiços
E compromissos mentidos.
Eu sou a sombra
Da poesia morta!
O Novo Ano entra,
Vestido de Cerimónia
Fato preto, camisa branca, laço.
O Cristo se escondeu,
Não pode entrar no apogeu
De quem manda!
Lantejoulas reluzentes
Luzes Ofuscantes
Músicas e cantos.
Meus olhos fixam seus olhos
E não me dizem nada!
A noite é quente
Nos salões repletos de gente,
Deusa da quimera.
Tudo fervilha,
Numa denúncia ao mundo!
Eu sou o ser enigmático
Na sombra obscura
Acompanhado da loucura!
Creio que este Novo Ano
É fantasia,
Igual aos outros Anos.
E a cerimónia de que se veste
É simbologia!
O mar reflecte a Luz
De multidões gritantes
Ao Infinito tão distante.
As nuvens correm, passam,
Se transformam em pedaços leves
Sem intento.
Eu estou presente,
Ausente,
Distante,
Mas longe, muito longe,
Do lugar dos indiferentes...
E traço a minha dança!
Maria Luísa (Brasil)