terça-feira, 12 de julho de 2011

PROCURA

Internet/ Salvador Dalí
Estou deitada na areia da praia
Desnuda de pesares...

O que vestia
Era o vento da solidão
Numa outra versão?

Eram os homens da pesca
E a neblina de vozes de areia?

O mar está brando
Murmura segredos
Fala de morte
E de barcos sem norte.

Deus paira nas águas
Não há horizonte ao longe
O tempo se move e se dissolve...

Te procuro como tu foste
E não te encontro na procura,
Tudo mudou num instante.

A terra e o mar que conheci
Não existe mais...
É tudo silêncio horizontal.

Não vais voltar para mim
Sei que não vais!...

Mas insisto na procura de ti
E a despedida não me encanta
E esse adeus rápido e brando
Tem de ser de outra maneira.

Deus não fechou Seus dedos
Por isso te procuro
E quero desfazer
O que digo em horas mortas...

Não vais voltar para mim
Sei que não vais!...

55 comentários:

Julie Sopetrán disse...

Hermoso poema. Besos

Gladys disse...

Un poema muy hermoso querida amiga aunque con un contenido triste bello sentir.
Besos que tengas una linda semana.

Maria João Brito de Sousa disse...

Tens imagens lindíssimas neste poema, Maria Luísa! Curiosamente faz-me lembrar um poema experimental que eu construí no domingo à noite e que publicarei amanhã. Mas depois te direi porque é que o considero "experimental", agora quero falar da tua Procura.
Sabes o que me transmites com este poema? A ideia de uma mulher de pescador que, na praia, aguarda o marido que saiu para a faina... ela apercebe-se de que ele não virá, mas não aceita e argumenta que "esse adeus rápido e brando/tem de ser de outra maneira".
Gostei muito!
Abraço grande!

Anónimo disse...

Olá, Maria Luisa!

Está lindamente construído este cenário pesado, triste, onde a acção decorre: a sugerir perda, morte gente perdida,em contraste com a determinação dessa mulher que, apesar de tudo, não desiste.

Beijinhos.
Vitor

Valquíria Calado disse...

E que importa sua volta, se estais aqui, e o amor impedi de ir.

Lindo amor que aguarda, como quem vem do mar essa amar desiludido.



abraços.

Maria Luisa Adães disse...

Pekenasutopias

Lindamente retratado, o que o poema pretende representar.

Obrigada,

Maria Luísa

Maria Luisa Adães disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Maria Luisa Adães disse...

vitorchuvashortstories

"Muito bem analisado", o cenário triste e pesado onde a mulher
não aceita o adeus rápido e brando.

Pois ela ainda acredita, e quer desfazer o que diz em horas mortas...


Muito obrigada e um abraço,

Maria Luísa

Unknown disse...

O amor há-de se procurar sempre.

Beijo

Toninho disse...

Um belo poema de inquietação, melancolia de uma procura que parece infinita,mas que se embeleza na arte poetica de quem sabe fazer bonito.
Parabens Luisa.Bela arte de Dali na ilustração.
Meu terno abraço de paz e luz.

Rosi disse...

hermoso, bello,
con un tinte de tristeza,
pero de gran fuerza a la vez,
ella no se da por vencida, el amor nunca se da por vencido,
un abrazo fuerte, hermosa composición

Brown Eyes disse...

Mais um excelente poema em que se sente a alma palpitar. Beijinhos

Prof Eta disse...

“O remador”

Nosso barco anda à deriva
Muito estranho está o mar
Das vagas não há esquiva
Só vejo um otário a remar

Rema com toda a energia
Mas retiram-lhe o sustento
Há muito tempo não se via
Remar só com este alimento

Tanto remar deixou exausto
Este nosso remador solitário
Não rema, ficou esclerosado

Para mantermos nosso fausto
Quem contribuirá pr’o erário?
Outro remador seja encontrado.

Artes e escritas disse...

Um poema musical e sonoro como o vento canta ao mar. Um abraço, Yayá.

La Gata Coqueta disse...


Hola amiga buenos días, con un cielo azul intenso precioso que invita a dar abrazos a todos los amigos y hasta los no amigos...

Seguiremos caminando para continuar cultivando la amistad.

Te deseo un hermoso día colmado de estrellas.

Marí

jabeiteslp disse...

beleza de poemas teus
belos mares
e sonhos Deus...

feliz dia Luisa

acabei de fazer uma avaliação
e passei na que fizemos
a semana passada...contente

joca

Anónimo disse...

"Não vais voltar para mim
Sei que não vais!...

Mas apesar das dificuldades, continua a lutar e a acreditar que um dia vai deixar de dizer, esse
sentir de desencanto.

Triste, cruel, mas belo!

MC

Lindalva disse...

Olá Maria Luisa bom dia, olha só tem confusão nos concursos quando o administrador permite, tem que ter jogo de cintura :-)Olá sou a Lindalva da Ilha e administradora do Ostra da Poesia e teu voto foi computado com sucesso no Pena de Ouro. beijos

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Minha querida

Como sempre dos teus dedos caiem lágrimas e beleza, porque na melancolia também moram palavras belas, e és poeta.

O poeta beija a noite...chora e canta os amores
Em prosa e em versos...grita aos céus as suas mágoas
Uma prece em silêncio...chora em segredo todas as dores
O vento açoita-lhe a alma...o mar guarda-lhe as lágrimas

Deixo-te um beijinho carinhoso
Rosa

jabeiteslp disse...

bela noite pra ti Luisa
~_~

Maria Luisa Adães disse...

Rosa

Lindos teus versos aos meus versos.

As melhoras Poeta e que Deus te
abençoe.

Um beijo e obrigada pelos versos e
pela tua presença querida.

Maria Luísa

Maria Luisa Adães disse...

Jabei

Parabéns por teres passado na tua
avaliação e nas inúmeras vezes,
que passas por todos os versos que escrevo, nos vários lugares, onde eu possa estar.

Bom amigo, um abraço,

Maria Luísa

Prof Eta disse...

“Festival Sagres”

Gregos expurgam a crise
Com saxofone e Neruda
Então alguém que analise
Para concluir se isso ajuda

Se o resultado fôr positivo
Aplicá-lo-emos em Portugal
Declama-se poeta no activo
E faz-se um grande festival

Que animará a economia
E para melhorar o resultado
Sem ser à custa de milagres

Divulga-se na rádio telefonia
Este grande evento planeado
Com o patrocínio da Sagres.

Prof Eta disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Prof Eta disse...

“A bússola”

Pr’a quem quiser ajudar
Eu cá estou a publicar
Fazemo-nos ao alto mar
Não basta que saiba remar

Convém que saiba nadar
Ou um colete deve usar
Para que se possa salvar
Não vá a barcaça afundar

Aos que em terra vão ficar
Um conselho vos vou dar
O melhor será não esperar

Pl’a hora do nosso regressar
Não sei se nos iremos orientar
Pois pode a bússola avariar.

Julio Dìaz-Escamilla disse...

Versos salpicados de olas, vientos, aromas, amor y esperanza.
Felicitaciones.

Everson Russo disse...

Nada mais belo e sereno que deitar sob a natureza,,observar toda sua plenitude e beleza,,,se entregar ao olhar da poesia...grande beijo de lindo dia pra ti amiga querida...quanto a ser padrinho do blog...será uma imensa honra...

Maria João Brito de Sousa disse...

Vim até ao 7degraus, depois de passar pelo Prémios.
Este teu poema é muito bonito, Maria Luísa! Cheguei à conclusão de que todos nós temos temas preferenciais nos quais "funcionamos" melhor do que nos restantes... penso que ambas confluímos para o Mar, amiga...
Até já! Tenho tudo atrasadíssimo... mais ainda do que nos outros dias...

Maria Luisa Adães disse...

Facundo Cabral está numa pequena homenagem no :


http://premios-prosa-poetica.blogs.sapo.pt

Agradeço,

Maria Luísa

Verena disse...

Querida Maria Luísa,
Maravilhoso poema
Queremos deixar um grande abraço e beijinhos
Com carinho de
Verena e Bichinhos

Borboleteando disse...

Olá!

Obrigada pela visita e por suas belas palavras....
Muito lindo o seu espaço..
Faço pousada por aqui.
Bjs, ótima tarde

Daniel Costa disse...

Maria Luisa

Que belo soneto!... Nem sabes escrever mal, é certo, no entanto terás de convir: há os gostos pessoais do leitor. No caso sempre aprecia o modo como fotmulas a tua poesia.
Beijos

Ana Tapadas disse...

Bonito poema, amiga.

beijo

Sor.Cecilia Codina Masachs disse...

María Luisa , gracias por sus visitas y ese hermoso poema que nos deja, hablando del mar que guarda tantos secretos de amor y desamor.
Le dejo mi correo y le mandaré los premios que no encuentra
sorceciliacodina@hotmail.com
Con ternura
Sor.Cecilia

La Gata Coqueta disse...


Cuando a las cumbre veas llegar la borrasca abre las ventanas y la luz del arco iris dispersará las dudas que puedan estar pobladas de sombras...

Feliz fin semana para que el cuerpo descanse con premura. Es mi deseo como cada semana, para el amig@ que siempre tiene esa palabra afable para endulzar los sentimientos que reposan en el interior del alma...

Un adiós y hasta el primer instante que me sea posible volver a abrir el marco virtual que alberga la amistad del universo.

(Desde hoy he empezando a festejar mi santo y me apetece compartirlo contigo..)

Siempre tuya...

María del Carmen

miguxa disse...

Outro belo poema, querida amiga.

Adorei!

Consigo sentir ao longe as vozes, quando encosto a cabeça na areia da tua praia...não sei do que falam...fantasio e adormeço...

Beijos com ternura
Margarida

Prof Eta disse...

“Feijão com couves”

Ministro das finanças explica
Mas a gente é que não entende
Castigo que sobre nós pende
Pensarão que a malta é rica?

Eu cá nunca andei a roubar
Estou-me a sentir assaltado
Pela voracidade deste estado
Não poderão também poupar?

Tenho uma receita simples
Podes aplicá-la, não me ouves?
Se não há para bife da vazia

Cortem nos vossos requintes
E comam feijão com couves
A ver se a carga fiscal alivia.

Graça Pereira disse...

Porque será que a nossa vida é uma constante Procura?
Começo a apaixonar-me pelos teus poemas porque sempre encontro versos que parecem ter sido escritos para mim..." O que vestia era o vento da solidão" "Te procuro como tu foste/ E não te encontro na procura" "Não vais voltar para mim/Sei que não vais!..." Deus não fechou os seus dedos/ Por isso te procuro"

Vestiste a minha alma e versejas como eu não sou capaz de o fazer mas, sinto cada palavra tua.
Obrigada.
Beijo
Graça

vieira calado disse...

Nem sempre os pressentimentos dão certo...

Saudações amigas!

Maria Luisa Adães disse...

Vieira Calado


Verdade,
"Nem sempre os pressentimentos dão certos"...Nem sempre!...

Obrigada,

Maria Luísa

Everson Russo disse...

Um belo final de semana pra ti amiga,,,poesia e paz sempre...beijos e beijos.

Prof Eta disse...

“Ergue-te Zé”

Ai coitadinho do Zé Povinho
Jaz quase morto, esticadinho
Nas vielas dum triste caminho
Ergue-te Zé, não sejas tolinho

Anda aqui beber um copinho
Este brota directo do jarrinho
Vai do branco ou do tintinho?
Qualquer um te faz rosadinho

Quanto estiveres bem regadinho
Faz-lhes aquele gesto perfeitinho
Irão perceber num instantinho

Que o nosso manguito é potente
Pensarão duas vezes certamente
Antes que se metam com a gente.

http://intemporal-pippas.blogspot.com disse...

Gostei muito deste seu poema
(eu que não sendo poeta, amo
a poesia).
Beijinho e bom fim de semana.
Irene

Anónimo disse...

Apreciada poeta, en A Viva Voz www.juliodiaz-escamilla.blogspot.com he dejado un homenaje a tu poética y amistad.
Un abrazo.

Anónimo disse...

Deja que sólo el mar
te susurre la respuesta.

No cierres la ventana a la brisa
conserva la palabra
no borres la huella del sendero
olvida la impaciencia.

Deja que sólo el mar
te susurre la respuesta.

Beijos e uma gardénia pra você

AFRICA EM POESIA disse...

Maria Luisa

É verdade
Mas na mistura...

De poesia,

de prosa,

de dúvida,

de amor,

de dor,

de sofrimento,

de clamor,

de Luz,


Temos a certeza que temos Amor e Vida.
Para si um beijinho muito grande.

Vitor disse...

Sei que sim,que voltei
E não me defraudei
Por aqui tão somente como deixei
Uma constante procura
Da aurora
Da ternura

Beijo

Aclim disse...

O mar como uma analogia do mundo escondendo suas sujeiras, mas Deus tudo observa e nem precisa ser Deus são olhos humanos.

O poema, maravilhoso, lindo demais, bjs

Ana Kalil disse...

Olá querida poeta!

Que belo poema,
só quem sentiu o amor,
e provou da sua desilusão,
pode saber o que estes belos versos
querem dizer...

Lindo, amei seu blog
Admiro muito os poetas portugueses,
e a forma leve, delicada como escrevem...

Beijos
Ana

Ingrid disse...

linda amiga,
e o que levamos em nossa procura de solidão?..
murmúrios e rumos..
sempre intensos versos.
adoro! e adoro-te..
beijos perfumados.

Prof Eta disse...

“Que stress”

Os festivais de Verão
Esgotaram a lotação
Por causa da crise, não?
Sim, é pr’abanar o melão

Que o melão abanado
Acaba menos fatigado
Não são festivais de fado
São de rock bem pesado

Que o pessoal enrascado
Curte lá um bom bocado
Esquece o ano stressante

Daquela busca incessante
Pelo job bem remunerado
Onde se trabalhe sentado.

jabeiteslp disse...

passou-me ao lado
"e o que vestia
era o vento da solidão
numa outra versão..."

brinco

e um grande xoxo pra ti
bela semana...~_~

jabeiteslp disse...

e fiz
o que não
irrrrra...

jocas

Denise disse...

mas tem uma esperança de teimosia...

Tudo muito bonito por aqui.
Seguindo-te

beijos azuis

David Cotos disse...

Un poema bien maduro, como sólo tú sabes escribir.

Pd: Gracias por tu comentario en el Post "1" de Observando Cine Peruano. Admiro tu forma de análisis.