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Afastei-me dos lugares que amei
E disse adeus...
Aromas
Sons
Cores
Caminho
Família
E os amigos
Que nunca encontrei.
E acabei por amar outras terras
E outros lugares
Troquei minha vida
Por ti
E disse adeus
Ao outro adeus
E minha exixtência se tornou num adeus.
Não há dúvidas que morri
Há tantas formas de morrer.
E comecei a gostar da solidão
E comecei a gostar da minha sombra
E comecei a gostar das outras sombras.
Mas em cada caminho me acorrentei
E ao teu amor me entreguei.
E enquanto te amei
Tudo esqueci.
Sensual e mística
Caminhei voluptuosa
De forma sinuosa
Nas asas do teu vento.
Gostei do teu abrigo
Da tua música ao entardecer
Dos teus beijos únicos...
E tu sabes beijar!
E com o adeus
Sempre presente
A recordar
O primeiro adeus.
Te amo!
Maria Luísa Adães
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Olho o Infinito austero
Que se mostra
E se esconde na imensidade.
Se veste de mistério
E vive como mistério.
Fugidio e imponente
Envia para a terra
As coisas incertas.
Enlouquece pessoas e coisas
E nunca se conhece
E eu vejo linhas geométricas.
Só isso se vê!...
Procuro a linha
Que não foi descoberta
As partículas incertas
E as escritas
No buraco vazio.
Não vejo nada
E o que vejo não é verdadeiro!
Desiquilibra-me
No equilíbrio do que sou.
E talvez nunca lamente
A partida.
Tantas coisas que não viram
Meus olhos
Tantas coisas que não ouviram
Meus sentidos.
E gostava de ter visto
E ouvido
E sentido
E amado.
Montanhas azuis escuras
Verdade
Azuis escuras.
Não há planície
Nem doçura
Não há.
Mas ao longe
O mar murmura...
Maria Luísa Adães
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Apenas tu existes
No meu dizer de poeta
Apenas tu me chamas de poeta
Apenas tu sabes que sou poeta
Apenas tu...e ninguém mais.
Só a hora da solidão
Para a inquietação do poeta.
Só a hora do amor
Para o desabrochar do poeta.
Só as horas lentas e caladas
Representam o poeta.
Tudo o resto é fantasia
Representada nas horas incertas.
Assimilar as horas
Não abrir as cartas
Não ler o diário
Perseguir sonhos de outras eras
Roubados na terra.
Pelos que sendo poetas
Se deixam perder
Nos sonhos sonhados
E nunca encontrados
No mistério da vida.
Só tu existes
No meu dizer de poeta
Só tu és o inatingível
Nas horas derradeiras.
Frágil como as sombras
No declínio do amor
No clamor sem eco
Nos sons do universo.
Maria Luísa Adães