quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Mergulho!

Mergulhou na profundidade
No cimo da água a folha ficou...Maria Luísa Adães

do mar escolhido
e respeitado

Peixe minúsculo o espera
e ele não sabe
e quando o viu
De forma elegante
Matou
não gostei e me afastei

A beleza da água
a cor verde dessa água
Ajudou...
não gostei da realidade
mas a elegância me comprou

E eu nesse instante
vendi minha sensibilidade
E pergunto

Quem sou?


Maria Luísa Adães


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domingo, 8 de setembro de 2019

AMAR

O chão quase desenha uma figura           
E olho o mar e me esqueço do tempo a passar...
Maria Luísa Adães

das ameias de um castelo encantado
Apenas meu sentir e minha mente
podem predominar
e ouvir palavras
de pessoas conversando
sem estar falando
de pessoas escrevendo
e não vão ser lidas
Nem cantadas

Ou já é tarde para mim
que fui gente
ao pé de gente
que me ensinou
a ser Gente

E sou sombra
Silêncio e Nada!...


Maria Luísa Adães


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terça-feira, 27 de agosto de 2019

Te escolhi

 Te escolhi                               
Há quem não acredite num mundo diferente
Eu acredito!

como o vento e o poema
e estrelas eriçadas
das horas lentas e caladas

Tens de parar 
nas pontes frágeis da poesia
e não contes mais

Diz Adeus
e não me procures
hoje e sempre

E um dia ao caminhar
sem esperar
me vês ao longe
e regressamos juntos
Para sempre!



Maria Luísa Adães


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quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Tudo é Diferente

Tudo é diferente                                    
Há quem tenha Alma
Há quem não acredite na Alma

mas igual ao mesmo tempo 

Há outros poetas
outras estrelas 
outros mares
outras almas
outros fantasmas
outras misérias
outros pensamentos

E há amantes
Que não sabem amar

Ó minha noite que nasceste no mar
Onde vou ficar?...


Maria Luísa Adães


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sexta-feira, 26 de julho de 2019

Não há Esquecimento!

Nada esqueci                                     

e por um instante vou ficar
e perguntar 
por tudo quanto perdi

E torno a partir 
na esperança de te ouvir
num canto de amor
de brilhante esplendor

Tão longe de mim
Meu amor


Maria Luísa Adães



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quinta-feira, 6 de junho de 2019

FUTURO

Talvez tenhamos ilusões sem futuro            

talvez tu e eu não tenhamos futuro

A Luz ou o escuro 
não vou escolher
as palavras são minhas
aprendidas, ouvidas aqui e ali
e a beleza é eterna como te mostro aqui
Alguém desfolha minhas letras
fábulas e dunas estranhas saem delas
mas são minhas 
e não as posso entregar a ti
já não posso 
perdi essa liberdade

Mas te amo mais
Do que me amo a mim

Perdi-me na noite
Junto a ti!


Maria Luísa Adães


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sábado, 18 de maio de 2019

TEMPO




Caminhemos pelas ondas
mansas e sonolentas
e encontremos um caminho 
sedento de tudo
e cansada te leve ao meu jardim
através da multidão que corre apressada

Vem para meu recanto breve
onde tudo canta e é leve
Não contes o tempo
talvez se esqueça de mim e de ti
e nos deixe ficar!...


Maria Luísa Adães


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sábado, 6 de abril de 2019

PARTILHAR

Partilhei contigo               
E ele toca uma canção de amor...


Toda a nossa vida
todos os anseios 
todas as dúvidas
todos os sonhos
e ainda os de exaltação intima 
todos os esplendores da própria vida
e a negação dessa mesma vida

Partilhei
os desgostos
as mágoas
as incertezas
os lutos que surgiam 
a ânsia de amar 
e de dar com amor e alegria 

E um dia acordei e não te encontrei
e estavas a meu lado 
dormindo o teu último sono
E aceitei e sofri e chorei

E neste momento apenas te peço
Ajuda-me a continuar...


Maria Luísa Adães



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sexta-feira, 29 de março de 2019

VEM...

Vem e entra em meu jardim
e volta sempre à mesma hora

E não esqueças nunca
Que o plantei para ti...



Maria Luísa Adães




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terça-feira, 19 de março de 2019

TEATRO VII (Missão Cumprida)

Como se alguém nos olhasse                      
Me esqueci quem foi o artista. Me desculpem!

Do cimo do Universo
Desce uma escada de Sete Degraus
Apenas uma escada

Fica suspensa
Entre a Terra e os Astros
A escada flutua
Não cai está presa pela Lua

Por cima um mundo aliciante
por baixo o Planeta Terra

Meus gatos
têm um novo estatuto
são gatos da Terra e do Ar

O feitiço caiu
eles estão libertos
prontos a me abandonar

Estão entre as estrelas e o mar
levitam em cada lugar

Tomam as sete cores
abandonam a porta chapeada de sete chaves
e escolhem nos sete degraus
O lugar onde vão ficar

Começam a miar
levantam os olhos ao luar
estão prontos a amar

A lua sorri
os astros entendem
as fadas e duendes se juntam a louvar

Minha missão está cumprida
os salvei de monstros e lhes dei guarida

Fico a olhar  os Sete Degraus
onde vão ficar 
A daí planar...


Maria Luísa Adães



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sábado, 9 de março de 2019

SOLIDÃO

Ama a solidão                       

as colinas
os lagos
os rios
os oceanos
o teu amor
os teus filhos e netos
o teu clamor de justiça
O teu esplendor

Não esqueças nunca os teus versos

Ama a solidão
o silêncio da força que se renova
o silêncio da força que brota
de uma fonte profunda
as águas da vida
Ama em especial o teu amor
repousa em seu peito
e sonha...sonhos impossíveis

Mas ama tudo à tua volta
e faz do amor
a tua arma mais pura
o amuleto que te salva
da solidão que procuras
da solidão que sentes
Como um imã à tua volta

E procura descansar
na solidão do amor
Que se escondeu de ti!


Maria Luísa Adães



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quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

TEATRO VI (Salvo meus gatos)


Mercê do feitiço                                                    

da bruxa de chapéu alto
meus gatos lindos
da cor do arco-íris
se encontram aprisionados
numa porta de sete chaves
Não sei quebrar o feitiço
não sei que fazer...

Pedir ao Deus
que está no azul do firmamento
uma luz vinda com o vento

E esta pequena prece me mostrou
Os Cinco Dedos da Mão de Deus

O infinito embranqueceu e sorrio
e cinco traços com cinco tons
de alabastro antigo apareceu
Cada tom mais suave do que o outro

E meus gatos disfarçados nessa cor
voltam aos meus braços
Os tenho em meus braços
e eles cansados deitados
sob a superfície lisa
Da cor do alabastro
passam despercebidos
Perdeu-se a força dos abraços

Mas os libertei
de uma morte de feitiço
já não há tempos
a cantar sua vida

E os salvei de coisas impossíveis
Feitas de correrias e de pânico!...


Maria Luísa Adães


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sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

TRISTE

Quero andar contigo lentamente             
Meu amor...

na memória
na essência de meus versos
E acreditar
Que não há mil rostos
pedindo guarida e mil infelicidades


E tu que me dizes
Meu amor...




Maria Luísa Adães




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domingo, 6 de janeiro de 2019

DESCONHECIDO

Meu espírito sentiu a mudança                
Imagem de Maria Fet

meus ouvidos ouviram à distância
meus olhos viram
e te seguiram no grito que subia
até avistar a casa
na praia longa e sombria

Entraste à minha espera
de novo veio o vento
tu olhaste fundo
num fundo atrás de mim
e à frente de ti
Quem vinha comigo eu não conhecia
Mas tu sabias...

Vinha do mar à nossa volta
vagueando por entre ondas altas
E nos ia levar

Tu sabias
eu não sabia
tu sofrias
Eu não entendia 

Desamparada na areia fria
Percebi
A amargura da partida

Chorei esquecida do que tinha vivido
num tempo quente de amor
E entrei contigo numa outra vida...


Maria Luísa Adães

Do livro "Palavras e Caminhos"
de Maria Luísa Maldonado Adães


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domingo, 30 de dezembro de 2018

(Teatro V) O FEITIÇO

A noite está perdida                      
Meus dois gatos

escuto o silêncio
E encontro Sete Gatos

A noite é silenciosa
desnudada
A noite é insolente

Máscaras passam velozes
passam por mim e me perdi
e outra vez a noite silencia
E eu subo e desço escadas

Oh quanto me pesa
Auroras da minha vida
Há muito passadas

E meus dois gatos
transformados em Sete gatos
inertes pendurados nos sete fechos
de uma porta chapeada

Um feitiço
o andar de treva em treva
os prendeu...

O Universo está vermelho e negro
não vejo estrelas nem lua nem nada
E tu Narrador que me dizes
Só a ti te vejo e meu amor ao longe
muito ao longe...como se fosse nada

Que faço? O feitiço prendeu
Meus olhos infindáveis!...


Maria Luísa Adães :  120


quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

PERDOA

Através de toda a imperfeição do meu mundo
Entra e dulcifica esse mundo
Possa a eterna juventude deste Planeta
voltar a florescer
e das cinzas da crueldade
possa reviver e Terra que pensei conhecer

Deixa que a natureza agredida queimada
se transforme no amor e na compaixão
e Te possa pedir misericórdia
pelos que estando vivos deixaram de viver

Deixa que Te veja nos meus irmãos perdidos
e Te encontre nos deserdados e nos esquecidos
deixa que o Teu amor me envolva e me acalente
e limpe a minha vida imperfeita

Deixa que o Natal envolva a terra
a toda a hora, a todo o momento
E não deixe nunca de ser Natal
nos lugares mais escondidos e indiferentes

E Vem
aos pontos mais obscuros
dos corações perdidos

Perdoa mas vem...!!!


Maria Luísa Adães


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quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

ESPELHO

Eu vi um espelho                                   
Talvez seja Apolo, mas não estou certa disso...

estava reflectida nele

Dentro do espelho estavas tu
com teu olhar penetrante e nu

A tua sombra diluía o fundo
e eu te via para lá do mundo

Tu estavas aprisionado no espelho
eu estava aprisionada fora do espelho

O mundo meu e teu se espelhavam
naquele espelho que tolhia meus afagos

Os caminhos assombrados
por sombras que vagueavam

Nua me encontrava e ferida
e não entrava no amor que sonhava

Ávida de amor te esperava
mas o espelho nos separava

Acordei, tu estavas a meu lado
e tudo se tornou num sonho vago

Eu fui a heroína de uma peça
representada por um DEUS fechado

O tempo que me foi dado
não era o meu tempo

No outro lado me olhavam
e esperavam...

No espelho não se escreveu nada!


Maria Luísa Adães


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sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

(TEATRO IV) BLESSED

O gato branco                                


A gata preta,

De olhos esverdeados a vaguear
percorrem o palco
qual arco-íris da chuva
do sol da meia-noite

As noites de amor
trementes de fogo ardente
os chamam e novos jogos
Clamam...

Descobrem os símbolos
musicalmente os descobrem
uma bruxa feia de chapéu alto
entra no palco
Blessed a acompanha
e ventos uivantes
de terras distantes
e luzes sem Luz
atropelam o instante

O fantasma da morte espreita
procura os ruídos escondidos

Os gatos olham
nada os amedronta
Nem bruxas
Nem magos
Nem medos.

O amor acalenta e chama
a Lua sorri
os astros se multiplicam
as estrelas espreitam
O Universo Respira
E DEUS se avista

E tudo pára
traços sulcam o ar
Não há caminhos fáceis de encontrar

Olho ao longe
como narrador que sou
e agora sou eu quem pergunta...

Que se passa?...

Altos contrastes se levantam!


Maria luísa Adães


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domingo, 25 de novembro de 2018

Teatro III O AMOR

A cortina desce
voluptuosa, misteriosa
o Universo escuta silencioso
admirado do tempo passado

Personagens saem cansados
do canto
da dança
Do Amor

A lua olha com intensidade
no brilho de mil tons das estrelas
palpitante na natureza cósmica
que flutua por entre elas

Outros vão chegando
e se mostrando
tentando entender que se passa
e o Amor perfuma o ar
lança tapetes floridos
flores amarelas
de um tom esquisito

Sem testemunhas os deuses adormecem
o universo se cobre
de nuvens negras e vermelhas
no palco as personagens olham
E querem a ilusão maior
de jardins aéreos
reluzentes e felizes

De um lado o amor
E do outro o esquecimento...


Maria Luísa Adães



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terça-feira, 20 de novembro de 2018

Te Espero!

Tu foste minha paixão
e por ti escrevo
e por ti aqui estou
e por ti espero
todos os dias
e sei que não é possível voltar

Sem ressuscitar e viver de novo!...


Maria Luísa Adães
Botticelli




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segunda-feira, 5 de novembro de 2018

(Teatro II) FOGO ARDENTE

Meus olhos fixam o palco
os personagens olham
meu amor me beija
eu estremeço
tudo estremece
Todos se desejam.

Os deuses deslumbrados
com o amor dos gatos
O desejo dos humanos
o arrepio da noite
interrogam os astros

Que se passa?

E no palco os personagens 
formam arabescos com seus corpos
Dançam uma dança
De Amor e desejo

Que se passa?
Pergunta a lua a quem passa

Os personagens não falam
apenas se ouvem movimentos
como se a terra se deslocasse
e se juntasse ao êxtase
Do momento abstracto.

Vamos mandar o arco-íris
a iluminar o espaço
precisamos de olhar
reconhecer e ver
Como se sabe amar

E as quatro personagens
o gato-branco
a gata-preta
eu e meu amor
No vasto chão amamos.

Tudo esquecemos
no momento chamado de profano
No instante de Fogo Ardente
E a fuga, súbita
da Estrela Cadente.


Maria Luísa Adães


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quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Quatro Personagens

(Teatro 1)                                                
Tanta coisa escrevi e depois perdi...


A peça em sete actos
no palco quatro personagens.

Um gato branco
uma gata-preta
eu e meu amor
criaturas humanas.

Sete notas musicais
se diluem no espaço...
Que conteúdo estranho
a ser representado...

Olho os vários mundos
os ventos sopram frios
reconheço o Infinito
as estrelas brilhando
uma Lua sorrindo
o luar descendo
Iluminando

Os personagens se movem
tomam seus lugares
os deuses se admiram
e escutam o canto
E todo o Universo se queda em silêncio

E cada personagem
elevada na noite imóvel
Ama
Nos símbolos e enigmas


Maria Luísa Adães

A continuar...


Maria Luísa Adães


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domingo, 21 de outubro de 2018

PARA TI...

Nas tardes quentes                                                  
PARA TI...

  Eu escrevo

No tempo florido
   Eu danço

Nas noites frias
  Eu esqueço

E sou feliz
Sim
Sou feliz
Por um momento

Apenas nesse instante eu vivo
E lembro a neblina subindo

  Do fundo ao cimo
  O amor flutuando
  Volátil como o fumo

E amo tudo
lembro e estremeço
no rodopio do abraço

Do teu abraço

  Meu amor
  Meu amor

Quanta fragilidade
Quantos sonhos
Não vividos...



Maria Luísa Adães


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terça-feira, 9 de outubro de 2018

DIVAGAR

Devagar sem estremecer                      

procuro o Passado
e a forma de entrar
e conversar contigo

Trabalho difícil
desprendimento da realidade
encanto só meu e não teu

E até final talvez seja
A minha única Verdade!



Maria Luísa Adães



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terça-feira, 2 de outubro de 2018

ELA dá e Ela tira

A vida é preciosa
não deve ser vivida
de forma desencantada...


A vida é sombra fugidia
de noite e de dia ela se esconde
como uma injustiça infinita

A vida é silêncio e alegria
a vida é amor e fantasia
a vida é dor inesperada

A vida é que nos dá o pranto
a vida é que nos dá prazer 
a vida é que nos dá desencanto
A vida é volúpia nas noites quentes de amor
a Vida dá vida à própria vida
a vida leva de repente a nossa vida
A VIDA É TUDO E É NADA

Mas quem não admira a vida?
Ela dá e ela tira
mas não deve ser vivida de forma desencantada
E perdida...não deve...

Dentro dos teus olhos eu vivi
E acreditei em ti e perguntei
Por  que se morre
Por que se vive?...


Maria Luísa Adães

Do livro "Palavras e Caminhos"

De Maria Luísa Maldonado Adães



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segunda-feira, 17 de setembro de 2018

EU

Eu olho sem saber quem sou
sem saber quem procuro
sem saber onde vou

E subo, como poeta que sou
ao Altar do Sacríficio
olho numa despedida a Via-Sacra
como a subida de um justo
na hora da partida

Vejo o submerso
onde tantos se debatem
e se prendem sem salvar
e desço uma vez única
para escrever meus versos
e dar a saber aquele que se perdeu
O caminho de regresso

Volto ao meu mundo
por eles e por ti meu amor

Almas perdidas, partidas
Num deserto de dor!


Maria Luísa Adães



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quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Mil Rostos

Há mil rostos olhando para mim
e neste instante não reconheço nenhum

Há mil sentimentos à minha volta
e no momento não tenho nenhum

Há mil infelicidades pedindo guarida
e neste tempo não vejo nada

Há mil pessoas perdidas, esquecidas
e não digo nada
e sinto e penso estar voltada para a vida
e nada do que penso ou do que sinto é verdade
Quero andar contigo lentamente
na memória na essência de meus versos
e acreditar que não há mil rostos
pedindo guarida e mil infelicidades

E tenho de abandonar meus versos!


Maria Luísa Adães



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Interior (Desaparecido)

Este poema desapareceu  (desconheço a razão)

Pode informar?


Maria Luísa Adães


terça-feira, 14 de agosto de 2018

Suplicante

Sussurra-me um segredo
espanta as palavras tórridas
submerge-me nas ondas do mar
enterra os meus medos
nas areias transparentes
Do teu mar...

Me faz uma emboscada
e me prende se eu gritar
Olha-me se eu merecer esse olhar
e me esconde da noite sem luar

E volta ao nosso lar
volta sempre

Te Espero!

Maria Luísa Adães



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quarta-feira, 1 de agosto de 2018

TE PERDI...

Quanta tristeza eu sinto
Quando pressinto a solidão

Quanta tristeza me causa
a confusão de gentes como eu

E tudo pereceu num dia de assombro
quando entendi que nada sabia
depois dormi e acordei
tu estavas junto a mim
e tudo me pareceu igual

Acreditei que tinha tido um sonho mau e rude 
onde te vi morrer olhando sem ver
e a poesia foi sentindo a falta de minha presença
Eu não estava presente na vida dela

Um dia me falou e perguntou qual a razão de meu esquecimento
Ela não sabia que tinhas morrido e eu tinha ficado sem ti
e eu lhe respondi, não é a ti que procuro
nunca foste tu que me alimentaste a vida, mas sim ele

Ela chorou por mim e disse 
estás morrendo sem mim
vai e procura o que me ensinaste
nunca foste minha amiga
e sempre acreditei em ti
e agora que faço?

Esquece quem fui
e me traz aquele que perdi
e volto para ti

A lua subia iluminando o espaço
ninguém passava
a noite parava
o lebréu dormia
e tudo era luz espaço e fantasia 
e o homem pescava
lentamente pescava
a água ligeiramente ondulava
e a placidez do instante dominava

E eu escrevi para ti, meu amor perdido por mim
e te acolhi e escrevi!...


Maria Luísa Adães


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domingo, 15 de julho de 2018

VIVER

Assim, enquanto viver
tu estás presente como ser ausente
mas estás presente em mim
continua a viver de uma forma ou outra forma
e eu estou cumprindo o tempo que me resta

Fiquei sem saber a razão de ficar
e se fiquei 
foi por ti
para te acompanhar de uma maneira ou outra 

Quem me entende  continua presente
quem não entende
também não pode entender o mundo
Mas se vivemos e se ficamos nesse viver
Temos de entender e aceitar
e não há 
a voz do amor que sonhamos...

Meus olhos olham as flores
não olham o mar
onde estivemos juntos toda uma vida
para todos escrevo
em todos me vejo e te vejo
mas o mundo está ausente 
de mim e de ti

Um dia voltarei aqui ou noutro lugar
tal como a todos acontece
sabendo que cumpri o meu destino
difícil de julgar
de entender 
sem morrer por culpa minha

E procurarei cumprir e nunca me perder
Na imensidade de um mundo a morrer!


Maria Luísa Adães


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domingo, 24 de junho de 2018

Procuro

Te prendo em meus braços
mas não te encontro
e tudo se tornou numa ilusão
que se perdeu e não mais se encontrou

A casa e os espelhos desta casa
chamam por ti 
eu espero a resposta longe de ti

e alguma vez te torno a encontrar
num mundo em que sempre vivi
estou só meu amigo
como estive no princípio da vida
não evoluí, nada aprendi e te perdi
e agora que faço de mim
flores e nuvens e tão perto o mar
e tão longe de ti num final de vida
voltei ao princípio e não queria voltar
mas voltei e ninguém vai entender este falar
Onde estão estas cores pintadas por mim
e estes sonhos que tanta vez escrevi
e a tua voz o teu coração junto a mim
Onde estão?
Te perdi e não vou mais encontrar!


Maria Luísa Adães

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domingo, 10 de junho de 2018

TEMPO


Aproveitei o tempo em que me apetecia cantar
e deveria repudiar o tempo em que me apetecia chorar.

Mas o tempo existe e traz variantes constantes
Então aproveita o tempo em que te sentes feliz!


Eu te digo:

Tu que me respondes sabes
que esse  tempo 
em que tudo brilhava à minha volta
Morreu

E agora não sei que vou fazer
descobri que sem minha razão de viver
nada tenho para fazer
E fiquei sem saber porque fiquei! 


Maria Luísa Adães


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sexta-feira, 30 de março de 2018

Voltar ou não Voltar



Estás presente!
Que bom tu voltares
aqui e ali
neste ou noutro lugar

Eu estou presente
como ser ausente
de mim e de ti

Eu volto sempre
desconheço o meu lugar
Sou a última a lembrar

Nada soube encontrar
nada soube preservar
nada soube amar

Quem me perder
no meu caminhar
não vai voltar
pode chamar o vento
gritar ao mar
Onde estás?

O vento continua a rodopiar
o mar continua a cantar
não me vai encontrar
um barco ao longe no mar
um lenço vermelho a acenar
e uma figura ausente

Por magia me transformei
num fantasma solitário
da passada alegria
E não vou voltar
fico no mar
No barco e no luar

Serena e desnuda
Sigo o meu destino
Escrito em qualquer lugar


Maria Luísa Adães


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domingo, 31 de dezembro de 2017

Peregrinação

Fiz uma peregrinação                               
Que possas chegar ao teu destino!

aos lugares que percorri
e disse adeus

Olhei o escuro do firmamento
e a neve dominava no momento

Uma estrela brilhante
olhou para mim
Eu a reconheci

Aviões passavam lentamente
no caminho de regresso

As árvores se dobravam
atentas ao meu suspirar
e lembravam o tempo a passar
Aquele lugar de encanto
Falava...

Quanto tempo se passou
e quanta beleza teceu
e o mundo morreu e ela continuou
e não se cansou e não se apercebeu
Da grandeza que criou...

Beleza deslumbrante
voar elegante
e liberdade real e constante
E perguntei
quem pode deixar de te amar?

Alguém respondeu
Ninguém!...

A Esperança predomina em mim
a espera continua dominante
e peço sempre num  falar constante 
Um Tempo Mais
Um tempo mais
Um tempo mais...

Para todos
Quantos possam ler ou deixar de ler
Eu peço, 

ANO NOVO FELIZ

E a lembrança do que digo
no desejo que escrevo
de que a vida se compadeça
e se lembre de Nós Todos!

Com amor,

Maria Luísa Adães
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