sábado, 28 de novembro de 2009

PACTO


Fazemos um pacto:

Tu caminhas comigo
Neste campo minado,
Eu caminho contigo
E nos amparamos
Na escolha de lugares
Por onde passamos.

E talvez juntos,
Possamos limpar
Os campos minados
E criar os Prados.

Caminhar nesses prados,
Escrever nossos sonhos
De mudança
Nas mentes
De quem pensa.

E tornarmos estes campos
menos densos,
Mais palpitantes
De luz
E estrelas cadentes,
Descendo, descendo...
E amor constante.


Fazemos um pacto,
Trazemos o Bem alvitado
Pela demência de alguns.


E assim,
Reconstruímos
Este Mundo,
Em que escrevemos.

Maria luísa O. M. Adães

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

JOGO


Tudo é evasivo neste mundo
Nesta vida.

Do topo da montanha piramidal,
Só se contempla as multidões
Sem rumo, fugindo às guerras,
Fugindo à fome e à sede.

A vida tornou-se num jogo
indecifrável,
Os meninos carregam às costas
Todo o mal do mundo.

Apenas no pano verde
E nas luzes cintilantes,
Se nota uma pretensa alegria
A transformar-se em lágrimas
E desenganos...

Tudo por magia de incertezas
Constantes,
Apenas o homem sonâmbulo
Diz de quando, em quando,

- Façam o jogo, meus Senhores!

domingo, 1 de novembro de 2009

Tu o Dizes...


Tu o dizes,
Eu assim faço como dizes.

Ontem adormeci,
Havia alegria
Ao pé de fogueiras acesas.

No meio da noite despertei,
Apenas ouvi o murmúrio
Do silêncio,
A multidão adormecia longe...
As fogueiras continuavam acesas,
Eu aproximei e tatuei dois nomes
No fogo e na solidão que as cercava.

Assim cumpri teu pedido,
De forma lenta, abstracta,
Intimista.

Hoje não ouço mais as vozes,
O ritual se finalizou
E ficou,
O teu nome e o meu.

Maria Luísa O. M. Adães