Eu olho sem saber quem sou
sem saber quem procuro
sem saber onde vou
E subo, como poeta que sou
ao Altar do Sacríficio
olho numa despedida a Via-Sacra
como a subida de um justo
na hora da partida
Vejo o submerso
onde tantos se debatem
e se prendem sem salvar
e desço uma vez única
para escrever meus versos
e dar a saber aquele que se perdeu
O caminho de regresso
Volto ao meu mundo
por eles e por ti meu amor
Almas perdidas, partidas
Num deserto de dor!
Maria Luísa Adães
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