segunda-feira, 17 de setembro de 2018

EU

Eu olho sem saber quem sou
sem saber quem procuro
sem saber onde vou

E subo, como poeta que sou
ao Altar do Sacríficio
olho numa despedida a Via-Sacra
como a subida de um justo
na hora da partida

Vejo o submerso
onde tantos se debatem
e se prendem sem salvar
e desço uma vez única
para escrever meus versos
e dar a saber aquele que se perdeu
O caminho de regresso

Volto ao meu mundo
por eles e por ti meu amor

Almas perdidas, partidas
Num deserto de dor!


Maria Luísa Adães



Visualizações :  113