terça-feira, 24 de março de 2015

SILÊNCIO

Estou tão perto do silêncio                
Que me confundo com ele

Esbocei o arquétipo
distorcido
perdido
alterado

Pelos espelhos prateados
partidos, gravados
num tempo simulado

Olhei e me perdi
Nesse olhar

Amei e te senti rejubilar
Pela minha forma de dar

Mas me cansei
do rumor do amor
da voz que sonhei

Pára e fica no tempo
Deixa-me olhar

Com aquele olhar insensato
do amor que te dei

Espera por mim um dia
mas devagar sem devaneios constantes

De amores impossíveis
Desmedidos
Absurdos
Irreais

Meus olhos fixam o universo
meu coração pára no deserto
de antigos esplendores

E as nuvens
Falam de saudades!


Maria Luísa Adães


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segunda-feira, 9 de março de 2015

IMAGINAÇÃO

É tudo imaginação                        
         Maria Lais Fett/ Rio Grande do Sul/Brasil       

Ou é tudo memória?

Não, não é,
Nem imaginação
Nem memória

Não aceitas o cantar
Não aceitas o amor
De quem os canta
Não aceitas!...

É o viver
De coisas esquecidas
Adoradas
Amadas 
Perdidas

E tu não aceitas
Eu nada dizer
E fazer do silêncio
Um escudo de entender

Eu apenas quero
Chegar ao teu lugar
Te abraçar, te amar
E calar o meu sentir

E mais tarde...
O traduzir 
Nos meus versos

As palavras tímidas
De quem gosta do amor
Da entrega a esse amor
E do silêncio protetor
Dessa mesma entrega

Esse amor
Veio para servir
Morrer e esquecer

E depois...
Apenas tu existes!

E pergunto
Quem és tu?

Não há resposta!...


Maria Luísa Adães

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