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Internet/ Gogh, Olive- trees |
Da minha vida solitária
Eu te procuro.
Em todos os momentos
A pensar e a amar
Eu te procuro.
Em todas as agruras
Que me surjam num tormento
Eu te procuro.
Nos ventos que rodopiam
Vadios à minha volta
Eu te procuro.
Nas flores que vão nascendo
Nesta Primavera do tempo
Eu te procuro.
Nas árvores solitárias
Perfeitas e puras
Eu te procuro.
Nas músicas que escrevo
Nas músicas que não ouço
Eu te procuro.
Nos amigos que não tenho
Nos amigos que partiram
Eu te procuro.
Nos lugares inatingíveis
Que percorro nas asas dos sonhos
Eu te procuro.
Nos campos que não têm chuva
E suplicam essa chuva
Eu te procuro.
Nos que vivem abandonados
Sem lar e sem estrada
Eu te procuro.
Nos meus olhos
Que olham as flores e os ramos
Eu te procuro.
No rumor das fontes
No amor que jogamos
Eu te procuro.
Nos sorrisos de loucura
De poeta que sou e te dou
Eu te procuro.
Me diz onde fica esse ponto
Esse lugar de encontro
E eu te procuro.
Acompanhada do vento e do silêncio
Rodeada das flores a nascer
De uma Primavera a aparecer
Me diz onde te encontras
E eu te procuro.
Nos pontos impalpáveis
Decido a minha razão e não minto
Me diz onde estás
E eu te procuro.
Eu sou o Outono
Tu és a Primavera
Num lugar tão distante
E eu te procuro.
E no dia do encontro
Fica no meu coração
Ó Deus do meu pranto!
Maria Luísa Adães