
"Já Bocage não sou" ...
Na hora da solidão
No momento do encontro
No Final só dele
Tocam ao longe os sinos
Saudam o Poeta,
O Vate,
O Génio,
No fim da Peregrinação! ...
Sem pompas nem cerimónias
Esquecido de todos,
Sai o teu corpo mortal
Daquela pobre casa
Acompanhado por tão poucos ...
E diluiu-se no estar
Da existência enganadora,
Deixou a herança,
A riqueza adquirida,
A dádiva da sua presença,
A forma plena de Amar.
Elmano
Contestado
Incompreendido
Polémico
Vencido.
O Vate
Brilhante
Esplendoroso
Da Nova Arcádia ...
Cantou o mundo
Daquele tempo,
A maldade daquela gente,
A insensatez de amores
Perdidos e encontrados
SEMPRE! ...
Do seu passo ondeante,
Ficou a figura
Estreita e franzina
E a Alma de Poeta
Imortal!
E Bocage És!
Absolvido na Santidade
No lugar perfeito
Contemplas com deleite
Este Amor incontestado! ...
Tu que não encontraste
O Amor ...
E procuraste ... sempre! ...
Mas o correr do tempo
Mostra o engano,
Repele a maldade
E oferece-te em Taça
A Eternidade!
Majestosa é a hora ...
Calo as vozes
Escuto os pensamentos
O Sagrado Impera.
Penso nos teus versos
Difíceis de dizer
Impossíveis de esquecer ...
Subo ao teu encontro,
Abre-se de improviso a porta
Recebes-me de forma
Que me conforta.
Fixas o teu olhar
Da cor do Infinito,
No meu olhar
E elegante no falar
Afirmas ...
Eu sou Bocage!
Exalto o instante,
Rodeada das tuas ninfas
Canto e danço,
À Luz do Luar! ...
Tu olhas
Nostálgico e brando
E sobes ...
Àquele Lugar,
Onde vais descansar! ...
Maria Luísa AdãesEm 1765, cerca de dez anos depois do trágico terramoto de Lisboa, que tão profundamente comoveu toda a europa, nascia na então pacata vilade Setúbal, a 15 de Setembro, uma crianca do sexo masculino que baptisaramcom o nome e sobrenome de Manuel Maria.Mário Domingues - HistoriadorNa aproximação desse dia, (15 de Setembro) deixo como Homenagem a Bocage, meu conterrâneo,o pouco que escrevi ... nestes versos só meus ... e a prova, de que o Poeta não morre!...Passaram 243 Anos! ...Maria Luísa