Cada palavra é suspensa
Por um espelho.
O espelho reflete
As outras palavras por dizer.
Os caminhos não têm
Princípio nem fim.
E as secretas feições da vida
Estão escondidas por detrás de mim.
Não há idades para amar
Não há barcos na procura do amor.
Há poetas recolhidos
E esquecidos ao vento.
Há místicos diluídos
Disfarçados de mendigos.
Há luz quando a noite se avizinha
E é nossa, na transparência do tempo.
Não há títulos para nada
Não há títulos para ninguém.
E nem meditando olhando o longe
Eu te vejo no começo da partida.
Procuro seguir as estrelas
E vivo delas e não as quero perder.
E a noite leva-me
Como se eu vivesse dessa noite.
E me repito no dizer
Sempre me repito com prazer
E olho a Terra lá do alto
E o prazer é todo meu.
E é muito mais fácil
Ser como todo o mundo!
Maria Luísa Adães
quinta-feira, 24 de janeiro de 2013
quinta-feira, 3 de janeiro de 2013
Esperança
![]() |
Internet/ Pablo Neruda |
Vou escalar qualquer montanha
Afasto-me do mar.
Quando o caminho for duro
Vou continuar e não parar.
Meu espírito é livre
De voar.
Preciso de todas as fantasias
De todas as presenças
Do silêncio dos ecos
E das ausências
Que passeiam em mim.
Expandir toda a chama
De sentimentos e loucuras
E das carências que não tenho...
E sinto que tenho
E minto ao dizer
Que não tenho...
Não tenho medo do escuro
Não tenho medo de ti,
Mas tenho medo de alguém
Que sinto e não vejo.
E não minto ao dizer
Que tenho esse medo
De escolher o lugar
Onde vou ficar.
E não escolho
Não posso e não quero escolher!
Escalo a montanha na fuga
Na Esperança de te encontrar
E rir, amar e cantar.
Lutar pelos sentimentos abafados
Dizer palavras que nunca disse
E ter a Esperança que nunca tive.
E ser feliz ao chegar
Ao abraço longo de teus braços
E descansar...!!!
Maria Luísa Adães
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