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Imagem Internet |
Sensual e ardente
Este Outono.
Onde o silêncio sopra
E as rosas se desfolham
Onde o pranto se espraia
Em lágrimas pungentes
Onde teu corpo descansa
E tua alma se prende.
Vesti-me de vermelho
E te deixei entrar
Deixei que possuísses este corpo
E acariciasses esta alma.
E escrevi palavras
Em páginas em branco.
Dancei
Escutei
Amei
Lutei
E me despi
Como as árvores se despem.
Te acariciei
Como nunca o tinha feito
E gostei do odor desse corpo
Deitado no meu.
Tu foste o Outono
Tu és o Outono
Mas um Outono diferente
Despido e ardente...
Maria Luísa Adães
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Internet/ Salvador Dalí |
Pode escrever
Pode suplicar
Pode implorar
Pode chorar.
Em qualquer lugar
Te vou encontrar.
No silêncio
Onde rosas se desfolham
No pranto de lágrimas
Onde meu corpo descansa
E minha alma se prende.
Não vou esquecer
Este desejo de amar,
Mas vou morrer...
E sou um poeta
Que nunca deixou de cantar!
Maria Luísa
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Imagem Internet |
Mergulhar na escuridão
Mar branco e liso
Lugar de pensamento puro.
Não ter tempo a passar
Não ter acordes finais
De um prelúdio
Ainda por tocar.
Tocar sinfonias irreais
E falar com palavras
Inventadas
Ultrapassadas
Nunca comentadas
E amar.
Fazer de mim
A própria solidão
E no meu palácio
Habitar e deixar
De me pertencer.
Não ter medo
De quem entrar
E mergulhar
E respirar
Sem morrer.
Que ninguém me procure
Que ninguém me engane.
Pedi ao vento
Pedi ao ar
Pedi aos lamentos
Que ouvi no mar.
Não tinha mais
A quem me acolher.
Segmento de reta
Num vértice
Ainda por nascer.
Maria Luísa Adães