
Encontro uma gaveta vazia e à pressa aferrolho o passado e fecho a gaveta com as Sete chaves de Magia - fica lá dentro tudo, quanto quero esquecer. Fecho com as sete chaves - mais uma gaveta fechada...
Os pirilampos saltam e batem nos vidros da janela, como se pretendessem alumiar o que está na escuridão, mas não deixo que se aproximem - quero aquele recanto escuro, sem luz - para esquecer!
E flutuo como ser escolhido no presente e vejo as abelhas preparando o néctar para as próximas refeições.
Sinto situações faladas nos grandes auditórios a tornarem-se verdadeiras no mundo conturbado das convulsões - e procuro a Paz - palavra quase mitológica,
paraíso de felicidade quase eterna.
Procuro com fervor retê-la - mas a palavra foge da mente e do coração e deambula por corredores sombrios, sem encontrar um peito forte onde se possa apoiar - e dar um mundo adulto, não profanado e aquecer a indiferença e a deixar o perfume das flores da Primavera, a vicejar.
Também eu fecho a gaveta, numa procura de Paz ... Um sonho de todos os povos, em todas as eras!...
Maria Luísa