segunda-feira, 24 de maio de 2010

FALA-ME

Fala-me dos sonhos,
Fala-me dos medos,
Dos terrores,
Das lembranças
Menos boas,
Mas fala-me
E deixa a porta do meu quarto
FECHADA
E nem tu entres, meu amor!


Fala-me das madrugadas
Da relva do jardim
Machucada
Pelos amantes que se amaram,
Ao som das cítaras caladas!

Fala-me do teu poder eterno,
Fala-me das cortinas corridas
E do teu deambular
Pelas esquinas,
como se não fosses Nada!

Não falas,
Não dizes,
Não contas?

Então tu és o Nada!

Deixa-me as quimeras
Do meu sentir de Poeta
Esquecido, aniquilado
Nesta Era!

Mas lembra-te...
Tu és o Nada,
Eu sou o Tudo!

Não esqueças
Não te percas,
Mas sabe...
Tu és o Nada!

Mas eu sou Amor
Luz e Vida!

...O Tudo e o Nada!


Maria Luísa

36 comentários:

Maria João Brito de Sousa disse...

Vou-te falar... do Kico :)
Ele já não está em sofrimento, amiga, mas está muito fraquinho e eu sei que não vai estar por cá durante muito mais tempo... mas aceito, claro, desde que não sinta que ele está em grande sofrimento.
Hoje é o dia de entregar as telas para a Verney. Não sei se conseguirei voltar da parte da tarde...
Abraço grande!

Guy Rodrigues e Mariane disse...

Esse cantinho, sempre me imprecionando

Abraços

Maria Luisa Adães disse...

Guy e Mariane

Como vão as coisas' já encontraram a música certa, ou desistiram do poema?

Dêm notícias.

Maria Luísa

Maria Luisa Adães disse...

Pequenasutopias

Falemos do Kico. Melhor, mas a caminhar para o outro lado, sem sofrer.

Se voltares, aparece,
Se não voltares, apareces depois.
Não tenho ido ao sapo por falta de tempo e também estou cansada!

beijo,

Mª. Luísa

Unknown disse...

"Fala-me das madrugadas
da relva do jardim
Machucada
Pelos amantes que se amaram
Ao som das cítaras caladas!"

e neste dizer continuas teu poema
e te sentes:

"Poeta esquecido, aniquilado
Nesta Era

e pedes.

"Deixa-me as quimeras
Do meu sentir de poeta"...

lindo, surrealista, como sempre.

Belo teu poema!

MC.

Rafael Castellar das Neves disse...

Nossa....que texto forte! Intenso! muito bom, gostei muito!

Ainda, gostei muito da imagem...que visão, que ideia!!

Abraço...

Maria Luisa Adães disse...

Rafael

Obrigada por gostares, com essa intensidade.

O poema é forte e decisivo.

Beijo,

Maria Luísa

Mona Lisa disse...

Olá Luisa

Adorei o poema.
Li-o e reli-o.
Um poema poderoso, intenso mas tb cheio de sensibilidade.

Os meus parabéns.

Bjs.

Lídia Borges disse...

Só o "nada" nos pode fazer entender a amplitude do "tudo", pelo que o "tudo" sem o nada, seria "nada".

Cumprimentos

Anónimo disse...

"Fala-me das madrugadas
Da relva do jardim
Machucada
Pelos amantes que se amaram,
Ao som das cítaras caladas!"...

Todo o poema é belo!

Mas bastava o que tu dizes cima e eu escrevi para que o considerasse Eterno.

E para mim "é eterno".

Parabéns Poeta!

Cícero

Vitor disse...

Falar é bom, é melhor que nada
E ter nada, é como amar sem ser amada
Mas tu és feliz porque tens quase tudo, ou nada te falta
Nobreza muita de dar a conhecer o que te vai na alma

Bj*

Maria Luisa Adães disse...

vitor

Te torno a dizer:

Tu és um espanto a escrever e a entender,

"O poeta esquecido, aniquilado
Nesta Era!"

E é isto que eu sou!

Maria Luísa

jabeiteslp disse...

uma boa tarde
a essa fogueira que arde

inspiradas cinzas num nascer de dia
e a cada dia

um eterno amor
sempre em flor...

("_*)

beijinhos Luisa

Maria Luisa Adães disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Maria Luisa Adães disse...

Jabei

Lindo teu comentário a esta fogueira ardente que tudo canta e tudo sente.

Senti a Tua Falta, poeta amigo!

Maria Luísa

Agulheta disse...

Maria Luísa.
Cada um é feliz a seu modo,tu pelas palavras que nos dás a conhecer,e algumas são belas que as devemos guardar para lembrar.
Gosto muito desta forma de sentir a palavra amor.
Beijinho.

Maria Luisa Adães disse...

Agulheta

Amanhã vou aos teus blogs.

Adorei encontrar-te como a uma família a quem me dediquei por um
ano.
Aqui me sinto nostálgica. Tudo
simpático - um mundo enorme.
E esse tamanho de mundo me entristece, pois me sinto só - muito só.
Escrevi, hoje, um poema no sapo.

Obrigada, minha amiga

Maria Luísa

Janita disse...

Maria Luísa.
Já li e reli o seu poema que acho muito intenso e sofrido.
"Fala-me" mas diz-me o que eu preciso e me faria bem ouvir. O silêncio pode ser mais impiedoso do que as palavras mais duras... Esta é a minha interpretação deste seu poema. Penso que a poesia pode, por vezes, ser vista como uma pintura abstrata. Cada pessoa olha-a, sente-a e interpreta-a de acordo com o sentimento que ela lhe transmite.
Um beijo com muito carinho, Maria Luísa.

Anónimo disse...

Prometo ante o silêncio do inverno,
nutrir minhas ilusões fazendo dos nossos "nós" a oração da espera.

(Conceição Bentes)

Beijos & Flores...M@ria

Anónimo disse...

"Deixa-me as quimeras
Do meu sentir de Poeta
Esquecido, aniquilado
Nesta Era!...

Que sofrimento traduz este dizer!

Sofrimento de quem escreve como tu escreves e sente como tu sentes.

O poema é lindo, lido nas entrelinhas nos dá outra panorâmica
outra tradução. Como um dos quadros de Dalí - qual seria e interpretação dele comparada com a
dos críticos.

Mas, neste caso, tu sabes quanto és
quanto vales, mas te sentes:

"aniquilada, esquecida, nesta época"
e tens razão, lamento, mas é verdade o que dizes, eu sinto o
mesmo.

Belo poema!

Caminhopelasestradas

Maria Luisa Adães disse...

Janita

Muito bem analisado!
Como um quadro se torna obra do critico, assim o poema toma as cores de quem o lê com interesse
e gosta de poesia
(é fundamental gostar, mas muitos não se interessam, pois não gostam).

Por isso eu lamento com dor
quando digo:

"Deixa-me as quimeras
Do meu sentir de Poeta
Esquecido, aniquilado
Nesta Era!"

Esta é a grande Verdade! Nascer no tempo errado, com um "dom" especial
que dou Graças a Deus por o ter.

Seja bom ou menos bom
Foi um Dom,
Adquirido ao Nascer.

É para agradecer e só deve ler,
"Quem gosta"...

Mas nunca estamos preparados a 100%
para aceitar, "Sou humana, é a
desculpa, à minha culpa".

Gostei de a encontrar!

Com ternura, agradeço suas palavras

Maria Luísa

MIGUXA disse...

Maria Luisa,

Outro poema que traz até mim a tua insatisfação, o teu lamento pela incompreensão de quem não te sente, apenas porque não sabe ler-te...

Beijos ternos Amiga
Margarida

Maria Luisa Adães disse...

Miguxa

Comovida fiquei com o que me dizes,
pois tocaste o âmago da questão.

É essa a grande verdade:

"O meu lamento pela incompreensão
De quem não me sente
E não me sabe ler"...

Análise maior. É isso mesmo!...

A partir deste instante, me conheces melhor, do que eu a ti.

Um abraço e obrigada,

Maria luísa

Mirtes disse...

Olá Maria Luisa,

Obrigada pela sua visita ao meu blog, realmente adoro poesias e fiquei encantada com tudo que vi aqui, seus poemas são maravilhosos posso divulga-los? com seus créditos é lógico!!.

Tomei a liberdade e estou te seguindo...

Um grande abraço!

Lilá(s) disse...

A imagem encantou-me e a poesia, essa é de uma sensibilidade incrivél!
Bjs

Janita disse...

Querida Maria Luísa.
Cá estou eu de novo e acredite que é sempre um prazer renovado, quando venho reler as suas belas poesias.
Vi o seu comentário no meu blog e vim a correr. Maria Luísa, qual é o poeta que não pensa ter nascido fora da sua Época...quando a insatisfação o invade? A sua missão minha amiga, é partilhar com o Mundo esse DOM maravilhoso que Deus lhe deu! Publicar os seus poemas neste espaço,onde podem ser apreciados por todos é o melhor contributo que pode prestar à cultura. Continue a deitar à terra as sementes mágicas da sua alma de poeta e verá como elas vão germinar e trazer conforto, paz e alegria a si a todos nós que temos o privilégio de a ler.
Também gostei muito de a encontrar Maria Luisa, e cada vez mais acredito que na vida nada acontece por acaso. Não fosse aquele meu comentário no blog da roseira-branca, talvez nunca os nossos caminhos se tivessem cruzado... Por vezes há males que vêm por bem. Isto, porque os males não são tão maus como pareciam e os bens vieram e enriqueceram a nossa vida.
Pode parecer uma charada, mas acredite que não é...
Vou deixá-la por agora com um abraço muito amigo.
Janita

jabeiteslp disse...

gente muito especial
que já podes ver...

beijinhos Luisa

:.tossan® disse...

Lindíssimo poema Maria Luísa, Muito lindo! Beijo

Anónimo disse...

"Fala-me"

É um poema de dizer incomum, para saciar a sede de quem gosta e é
comum.

Fala-me dos sonhos
de tudo,
mesmo de lembranças
menos boas.

E eu te leio, como se escutasse tua voz e te ofereço, algumas das rosas que encontrei na relva,

"machucada
Pelos amantes que se amaram
Ao som das cítaras caladas"

Belo, poetisa amiga,

Celso

jabeiteslp disse...

(*_*)

beijinhos e muito feliz tarde

Daniel Costa disse...

Mara Luisa

Tudo e nada, também são poesia, como pedem ser todas as palavras quando as procuramos pronunciam som outas em sintonia.
Cabe ao poeta, como o fizeste e bem, transformar acções do mundo sinfonia.
Daniel

Nilson Barcelli disse...

É essencial que se fale, que se comunique com os outros.
Sem isso, somos nada...
Querida amiga, fizeste um excelente poema. Parabéns.
Beijo.

Imagem e Poesia disse...

Olá querida.
Serei repetitiva... Você tem o dom da poesia... De envolver e emocionar com as palavras.
Beijinhos
Ceiça

Anónimo disse...

Prefiro os grandes pensadores, que com seus pensamentos, suas citações, com trechos de seus livros ou músicas, conseguem me fazer viajar, conseguem traduzir o que não sei expressar, dizem por mim o que não sei falar.

Wanessa Baptista

Beijos e carinhos à todos...M@ria

Graça Pereira disse...

Fala-me e diz-me o que é o amor...senão um TUDO no nada e...um NADA no tudo...
Beijo
Graça

Sueli Maia (Mai) disse...

Poema definitivo.
Forte e belo.

abraços