sábado, 5 de abril de 2008

QUINTA CARTA


Ontem não adormeci! Acontece muitas vezes não adormecer e sentir frio e envolver-me numa página gigante com vários poemas ou prosa e essa página vai banir o frio e mostra-me o abandono do que escrevo.

Sabes qual a sensação desse abandono? Aquele apertar do coração quando eles saem de mim, quais criaturas vivas a reclamar a sua entrada no mundo e o sentimento de ofensa e ultraje, deste tempo, sem remorsos.

Nesta forma de escrever, fujo à contagem das rimas, das palavras alinhadas a condizer com as anteriores. Nada disso, meus amigos! As minhas palavras são livres e espontâneas, formam figuras inquietas, num cenário natural.

A forma pomposa de dizer, transforma-se num acontecimento de alegria e felicidade por me pertencerem e nada, mas pode tirar. Apenas Deus com toda a sua Grandeza, mas pode levar. Sou crente! Aí está uma faceta, importante, da qual me esqueci de falar.
Alguém pergunta: - não é clássica? Não procura rimar com cuidado?
E para vos falar com sinceridade – eu não respondo…
Perguntas simpáticas, de quem não entende… O mundo é assim, como eu digo, ou um pouco diferente – eu não sei tudo –, mas ninguém sabe…daí a minha aceitação!
Mas o mundo é mau, no apontar dos defeitos, - mas não importa – é saudável falar – dizer alguma coisa, sem magoar – não falar, é por vezes, trágico!

- Deixa-me acreditar que tudo isto é verdade;
- Deixa-me ouvir as censuras inesperadas; - e não temer;
- Deixa-me pensar que tudo vai acontecer, como eu, espero;
- Deixa-me brindar a tudo quanto os outros desconhecem;
-Deixa-me ficar com estes pensamentos e não vacilar;
- Deixa-me jogar este jogo de palavras e GANHAR;
- Deixa-me voar e regressar sem sofrer;
- Deixa-me esquecer a maldade disfarçada de várias cores, na ânsia de não ser
reconhecida;
- Deixa-me esquecer a insensatez … na qual acreditei;
- Deixa-me ter a coragem de não recordar…os que por medo me esquecem;
- Deixa-me ficar em paz escutando o que dizem e esconder…o meu dizer;
- Deixa-me ser como gosto…repudiar algemas e entender o reverso da medalha;
- Deixa-me continuar o caminho…escolhido por Ti e aceite por MIM;
- Deixa-me confiar nos sonhos, como os entendo e ser submissa e humilde;
- Deixa-me envolver o meu corpo no teu, a tua mão fresca na minha…e sorrir;
- Deixa-me entregar todo o meu ser e gritar – bem alto, à Liberdade;
- Deixa-me viver este amor louco e profundo…e mostrar ao mundo este amor ;
- Deixa-me ser espontânea…sem medos…do entardecer, da própria vida e do
final, dessa mesma vida.

Recuso o acabar desta carta! Quero ficar dentro dela e viver num recanto com ela!

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